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Conversa entre governos Bolsonaro e Lula começa amanhã para troca de bastão

Ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) em entrevista coletiva após o debate da TV Globo - Carlos Elias Junior/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) em entrevista coletiva após o debate da TV Globo Imagem: Carlos Elias Junior/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL em Brasília

02/11/2022 15h14

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), têm um encontro marcado para esta quinta-feira (3), às 14h, em Brasília. Eles darão início às tratativas sobre a transição do governo de Jair Bolsonaro (PL) para o do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assume a função em 1º de janeiro de 2023.

A informação é da presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann, que confirmou a reunião ao UOL e que também estará presente na conversa, além do ex-ministro Aloizio Mercadante. O encontro deve acontecer na Casa Civil. Ciro Nogueira disse ao UOL que acredita que o processo de transição será tranquilo.

O PT anunciou sua equipe de transição na terça-feira (1). Alckmin será o coordenador pelos próximos dois meses. O grupo deverá em breve se instalar na sede do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília.

Mercadante foi responsável pela elaboração do programa de governo do petista e será o coordenador técnico da equipe de transição. A função dele é fazer um levantamento técnico programático antes da designação de coordenadores temáticos. Já Gleisi ficou encarregada da articulação política.

O grupo petista deverá ter 50 pessoas, entre políticos, técnicos e servidores.

Primeiro o Orçamento. Antes desse encontro, a equipe de Lula tem compromissos no Senado. O senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator geral do Orçamento, irá receber Alckmin e o senador eleito, Wellington Dias (PT-PI), designado por Lula, para tratar sobre o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023 com o Congresso. Mercadante e senadores da bancada petista também participam da reunião na Liderança do MDB no Senado.

Bolsonaro deu sinal. Derrotado nas urnas, Bolsonaro levou mais de 44 horas para se manifestar sobre o resultado das eleições e, até então, havia dúvidas sobre como ele iria lidar com o processo de transição de governos.

Ontem, após falar brevemente, por apenas dois minutos, ele passou a palavra para Ciro Nogueira que anunciou o início dos trabalhos.

"O presidente Jair Messias Bolsonaro me autorizou, quando for provocado, com base na lei, nós iniciaremos o processo de transição", disse o ministro da Casa Civil. "A presidente do PT [Gleisi Hoffmann], segundo ela em nome do presidente Lula, disse que na 5ª feira será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei no nosso país."

Internamente, o PT não espera qualquer facilitação da gestão atual no acesso a dados e informações, e diz temer até sabotagem. Com Lula liderando as pesquisas desde o ano passado e as diversas ameaças do presidente em não aceitar o resultado, o partido se prepara há meses para fazer uma transição praticamente sozinho. Para a cúpula petista, já está dado que Bolsonaro só deverá fazer o que a lei manda —e de jeito protocolar e mal feito.