Topo

Alckmin anuncia ex-ministro Mantega e irmã de Marielle Franco na transição

Do UOL, em Brasília

10/11/2022 15h50Atualizada em 10/11/2022 16h52

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou hoje que Guido Mantega, ex-ministro das pastas da Fazenda (2006 a 2014) e do Planejamento (2003 a 2004), fará parte da equipe econômica de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já na área de mulheres, uma das novidades é a presença da jornalista Anielle Franco, irmã de Marielle Franco —vereadora do PSOL assassinada em 2018 no Rio de Janeiro.

Mantega atuará em um grupo nomeado "Planejamento, orçamento e gestão" ao lado do deputado federal Enio Verri (PT-PR), da economista Esther Dweck e de Antônio Corrêa de Lacerda (presidente do Conselho Federal de Economia).

Esse é um dos seis novos grupos criados pela coordenação da transição. Além de Planejamento, orçamento e gestão, foram criados os núcleos:

Comunicações
Direitos Humanos
Igualdade racial
Indústria, comércio, serviços e pequenas empresas
Mulheres

O ex-ministro Paulo Bernardo trabalhará em grupo temático Comunicações; com o apoio de Jorge Bittar, ex-deputado federal do PT e especialista em telecomunicações; Cesar Álvarez; e Alessandra Orofino.

Críticas do mercado. Nos últimos dias, o mercado reagiu mal aos primeiros sinais de que o ex-ministro Mantega poderia fazer parte da equipe de Lula. O dólar disparou e a bolsa brasileira, o Ibovespa, caiu com especulações de ele poderia assumir o comando da economia.

Setores do mercado avaliam que a gestão de Mantega foi ruim, principalmente em relação ao equilíbrio das contas públicas.

Alckmin rebate. O vice-presidente eleito contestou a reação do mercado financeiro às críticas feitas por Lula contra o teto de gastos e políticas de austeridade fiscal.

Na visão de Alckmin, se houve um governo com responsabilidade fiscal, foi justamente o período em que Lula esteve à frente do Executivo federal (2003 a 2010). O ex-governador de SP lembrou que Lula, no mesmo discurso, falou da questão social e da questão fiscal.

"O presidente Lula já foi presidente da República, e que assumiu o governo com uma divida de praticamente 60% do PIB, e quando transferiu o governo era menos de 40% do PIB. Baixou de 60% para 40% a dívida sobre PIB, e teve resultado primário, superávit primário, todos os anos. Se há alguém que teve responsabilidade fiscal, foi o governo Lula."

Foram anunciados hoje seis grupos e 36 novos nomes

Comunicações

  • Paulo Bernardo, ex-ministro das Comunicações;
  • Jorge Bittar, ex-deputado federal;
  • Cesar Álvarez, ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações;
  • Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos.

Direitos Humanos

  • Maria do Rosário, deputada federal (PT-RS)
  • Maria Vitória Benevides
  • Silvio Almeida, advogado
  • Luis Alberto Melchetti, doutor em Economia
  • Janaína Barbosa de Oliveira, movimento LGBTQIA+
  • Rubens Linhares Mendonça Lopes, setorial Pessoa com Deficiência
  • Emídio de Souza, deputado estadual (PT-SP)

Igualdade Racial

  • Nilma Mino Gomes, ex-ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos
  • Givania Maria Silva, quilombola e doutora em Sociologia
  • Douglas Belchior
  • Thiago Tobias, advogado coalizão negra
  • Ieda Leal
  • Martvs das Chagas, secretário de Planejamento de Juiz de Fora (MG)
  • Preta Ferreira, movimento negro e moradia

Planejamento, Orçamento e Gestão

  • Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda
  • Enio Verri, deputado federal
  • Esther Duek, economista e professora
  • Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal Economia

Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas

  • Germano Rigotto, ex-governador
  • Jackson Schneider, executivo da Embraer
  • Rafael Luchesi, Senai
  • Marcelo Ramos, deputado federal (AM)
  • André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa do RJ
  • Paulo Okamoto, ex-presidente do Sebrae
  • Tatiana Conceição Valente, especialista em Economia Solidária
  • Paulo Feldman, professor da USP

Mulheres

  • Anielle Franco
  • Roseli Faria, economista
  • Roberta Eugênio, mestre em Direito
  • Maria Helena Guarezi, professora
  • Eleonora Menecuti, ex-ministra
  • Aparecida Gonçalves, ex. Sec. Nacional da Violência contra a Mulher

Os trabalhos de transição ocorrem na sede do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília. Alckmin foi escolhido por Lula para liderar o processo.

Durante a semana, Alckmin já havia anunciado os nomes da equipe econômica e de desenvolvimento social.

Economia. Na área econômica da transição, foram confirmados os nomes de André Lara Resende (economista), Guilherme Mello (economista), Nelson Barbosa (ex-ministro) e Pérsio Arida (economista).

Desenvolvimento social. Na área de desenvolvimento social, foram escolhidos os nomes:

  • Simone Tebet, senadora do MDB;
  • Márcia Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff;
  • Tereza Campello, economista;
  • André Quintão, deputado estadual pelo PT em Minas Gerais.

Primeira-dama. Janja da Silva, esposa de Lula, foi nomeada coordenadora da organização da posse do presidente eleito.

Ao todo, foram estruturados 37 grupos técnicos que vão estudar e analisar cada área do governo federal.

Além de economia e desenvolvimento social, entre as áreas a serem analisadas pelos grupos estão cultura, agropecuária, direitos humanos, educação, infraestrutura e saúde, entre outros.