Alckmin anuncia ex-ministro Mantega e irmã de Marielle Franco na transição
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou hoje que Guido Mantega, ex-ministro das pastas da Fazenda (2006 a 2014) e do Planejamento (2003 a 2004), fará parte da equipe econômica de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já na área de mulheres, uma das novidades é a presença da jornalista Anielle Franco, irmã de Marielle Franco —vereadora do PSOL assassinada em 2018 no Rio de Janeiro.
Mantega atuará em um grupo nomeado "Planejamento, orçamento e gestão" ao lado do deputado federal Enio Verri (PT-PR), da economista Esther Dweck e de Antônio Corrêa de Lacerda (presidente do Conselho Federal de Economia).
Esse é um dos seis novos grupos criados pela coordenação da transição. Além de Planejamento, orçamento e gestão, foram criados os núcleos:
Comunicações
Direitos Humanos
Igualdade racial
Indústria, comércio, serviços e pequenas empresas
Mulheres
O ex-ministro Paulo Bernardo trabalhará em grupo temático Comunicações; com o apoio de Jorge Bittar, ex-deputado federal do PT e especialista em telecomunicações; Cesar Álvarez; e Alessandra Orofino.
Críticas do mercado. Nos últimos dias, o mercado reagiu mal aos primeiros sinais de que o ex-ministro Mantega poderia fazer parte da equipe de Lula. O dólar disparou e a bolsa brasileira, o Ibovespa, caiu com especulações de ele poderia assumir o comando da economia.
Setores do mercado avaliam que a gestão de Mantega foi ruim, principalmente em relação ao equilíbrio das contas públicas.
Alckmin rebate. O vice-presidente eleito contestou a reação do mercado financeiro às críticas feitas por Lula contra o teto de gastos e políticas de austeridade fiscal.
Na visão de Alckmin, se houve um governo com responsabilidade fiscal, foi justamente o período em que Lula esteve à frente do Executivo federal (2003 a 2010). O ex-governador de SP lembrou que Lula, no mesmo discurso, falou da questão social e da questão fiscal.
"O presidente Lula já foi presidente da República, e que assumiu o governo com uma divida de praticamente 60% do PIB, e quando transferiu o governo era menos de 40% do PIB. Baixou de 60% para 40% a dívida sobre PIB, e teve resultado primário, superávit primário, todos os anos. Se há alguém que teve responsabilidade fiscal, foi o governo Lula."
Foram anunciados hoje seis grupos e 36 novos nomes
Comunicações
- Paulo Bernardo, ex-ministro das Comunicações;
- Jorge Bittar, ex-deputado federal;
- Cesar Álvarez, ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações;
- Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos.
Direitos Humanos
- Maria do Rosário, deputada federal (PT-RS)
- Maria Vitória Benevides
- Silvio Almeida, advogado
- Luis Alberto Melchetti, doutor em Economia
- Janaína Barbosa de Oliveira, movimento LGBTQIA+
- Rubens Linhares Mendonça Lopes, setorial Pessoa com Deficiência
- Emídio de Souza, deputado estadual (PT-SP)
Igualdade Racial
- Nilma Mino Gomes, ex-ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos
- Givania Maria Silva, quilombola e doutora em Sociologia
- Douglas Belchior
- Thiago Tobias, advogado coalizão negra
- Ieda Leal
- Martvs das Chagas, secretário de Planejamento de Juiz de Fora (MG)
- Preta Ferreira, movimento negro e moradia
Planejamento, Orçamento e Gestão
- Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda
- Enio Verri, deputado federal
- Esther Duek, economista e professora
- Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal Economia
Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas
- Germano Rigotto, ex-governador
- Jackson Schneider, executivo da Embraer
- Rafael Luchesi, Senai
- Marcelo Ramos, deputado federal (AM)
- André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa do RJ
- Paulo Okamoto, ex-presidente do Sebrae
- Tatiana Conceição Valente, especialista em Economia Solidária
- Paulo Feldman, professor da USP
Mulheres
- Anielle Franco
- Roseli Faria, economista
- Roberta Eugênio, mestre em Direito
- Maria Helena Guarezi, professora
- Eleonora Menecuti, ex-ministra
- Aparecida Gonçalves, ex. Sec. Nacional da Violência contra a Mulher
Os trabalhos de transição ocorrem na sede do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília. Alckmin foi escolhido por Lula para liderar o processo.
Durante a semana, Alckmin já havia anunciado os nomes da equipe econômica e de desenvolvimento social.
Economia. Na área econômica da transição, foram confirmados os nomes de André Lara Resende (economista), Guilherme Mello (economista), Nelson Barbosa (ex-ministro) e Pérsio Arida (economista).
Desenvolvimento social. Na área de desenvolvimento social, foram escolhidos os nomes:
- Simone Tebet, senadora do MDB;
- Márcia Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff;
- Tereza Campello, economista;
- André Quintão, deputado estadual pelo PT em Minas Gerais.
Primeira-dama. Janja da Silva, esposa de Lula, foi nomeada coordenadora da organização da posse do presidente eleito.
Ao todo, foram estruturados 37 grupos técnicos que vão estudar e analisar cada área do governo federal.
Além de economia e desenvolvimento social, entre as áreas a serem analisadas pelos grupos estão cultura, agropecuária, direitos humanos, educação, infraestrutura e saúde, entre outros.
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