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Allan dos Santos volta a atacar STF nos EUA; por que ele não está preso?

Allan dos Santos é investigado e está foragido - Reprodução/YouTube Pânico
Allan dos Santos é investigado e está foragido Imagem: Reprodução/YouTube Pânico

Colaboração para o UOL

16/11/2022 04h00

O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos foi visto em manifestação contra o STF (Supremo Tribunal Federal) em Nova York, nos Estados Unidos. Ele incitou um motim contra membros da Corte e acusou, sem qualquer prova, o ministro Alexandre de Moraes de ter relação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Embora participe de manifestações e faça ataques ao STF nos Estados Unidos, onde mora desde 2020, Allan dos Santos é alvo de investigações no Brasil e está foragido. Ele teria de ser extraditado para responder pelos crimes em solo brasileiro.

Moraes já ordenou a extradição de Santos, além do bloqueio das contas bancárias do influenciador e a suspensão de pagamentos aos canais deles em plataformas como YouTube, Twitch.TV, Twitter, Instagram e Facebook.

O ministro do Supremo também pediu a inclusão do nome de Allan dos Santos na lista de procurados pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), o que ainda não ocorreu. Sem esse requisito, os Estados Unidos não podem emitir o alerta máximo que faz com que autoridades busquem os investigados e façam a extradição.

Dessa forma, Allan continua usando suas redes para divulgar fake news e ameaças, tanto ao Supremo quanto aos seus membros, em particular Alexandre de Moraes. Também participa de manifestações antidemocráticas — em junho, fez parte de uma motociata com Jair Bolsonaro, nos Estados Unidos.

Milícias digitais

Em outubro de 2021, Moraes decretou a prisão preventiva de Santos, alvo de duas investigações pelo STF. Dono do canal Terça Livre, Santos era investigado pela Polícia Federal no caso das milícias digitais, aberto em julho do mesmo ano para desmontar um grupo organizado que atenta contra a democracia.

Além de Santos, a apuração sobre esse grupo de milícias digitais levou a nomes como Olavo de Carvalho e Filipe Martins, apoiadores do governo Jair Bolsonaro que, frequentemente, usavam as redes sociais para atacar ministros do STF e a democracia.

Segundo o relatório sobre a participação de Allan no caso, o blogueiro tentou influenciar o presidente Jair Bolsonaro a dar um golpe e "provocar um rompimento institucional".

Condenado por calúnia

Além das acusações de fake news, Santos também foi condenado em julho deste ano a um ano e sete meses de detenção, em regime inicial aberto, pelo TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) por calúnia contra a cineasta Estela Renner, ligada à produtora Maria Farinha Filmes.

A condenação se deu por causa de um vídeo publicado no Youtube, em 2017, no qual Santos cita a cineasta como responsável por "destruir a família e a vida de nossas criancinhas". O regime aberto determina que a pessoa pode trabalhar durante o dia, mas precisa se apresentar às autoridades para passar a noite em um local pré-estipulado.