Em meio à indecisão de Lula, Defesa vive ameaças na transição, diz jornal
O governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sofrido ameaças em relação à transição na área da Defesa em meio à indecisão do novo presidente em anunciar nomes dos futuros comandantes das Forças Armadas e de quem ficará à frente do Ministério da Defesa. As informações são do jornalista Marcelo Godoy, do jornal O Estado de S.Paulo.
De acordo com Godoy, petistas planejam acomodar aliados no Ministério da Defesa, preparando a pasta para a chegada do novo ministro, que deve ser escolhido entre os ex-ministros Aloizio Mercadante, Jaques Wagner e Nelson Jobim.
Segundo o jornal, 6 mil militares ocupam cargos civis na Esplanada, enquanto milhares de familiares de militares e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) acampam na frente de quartéis por todo o país.
No fim de semana, 221 militares da reserva, todos do grupo autodenominado "Guardiões da Nação", assinaram uma petição aos comandantes das três Forças pedindo que intervenham contra as decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que afastou a contestação sem provas feita pelo PL contra a vitória de Lula. O primeiro nome da lista é o do general e deputado federal bolsonarista Eliéser Girão (PL-RN).
No texto direcionado às Forças Armadas, os militares da reserva dizem que o TSE instaura uma censura no país. "A própria autoridade que deveria prestar essa mesma tutela nega-se a atender esses anseios, inclusive utilizando-se da censura".
Ainda de acordo com o Estadão, um grupo de petistas, levando em consideração esse cenário conflituoso sobre a Defesa, sugere a indicação de Nelson Jobim ao cargo. Ex-ministro da Defesa e do STF (Supremo Tribunal Federal), ele seria capaz de produzir consenso entre os militares e apaziguar os ânimos.
Conversas com ex-ministro
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo do último dia 23 mostra que a equipe de Lula tem conversado com o ex-comandante do Exército Edson Pujol e o ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva durante a transição.
De janeiro de 2019 a março de 2021, Pujol e Azevedo estiveram no governo Bolsonaro. Em uma crise militar sem precedentes desde a década de 1970, o mandatário demitiu o então ministro da Defesa. Pujol e os comandantes da Marinha e da Aeronáutica pediram demissão em seguida.
De acordo com integrantes do governo de transição, há entendimento de que eles foram importantes para manter a institucionalidade em um momento de crise e de tentativa de politização dos militares.
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