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Wellington Dias: 'Orçamento precisa se adequar e não travar o país em 2023'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/11/2022 15h49

O senador eleito Wellington Dias (PT-PI) afirmou hoje durante entrevista concedida ao UOL News que uma adequação no orçamento do governo é necessária para que o Brasil não fique travado em 2023, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumirá a presidência. Dias disse que a PEC da Transição e um diálogo com o atual Congresso são necessários para que o governo "feche as contas".

"O presidente Lula coloca no diálogo com o Congresso Nacional um desafio de que tenhamos uma adequação no orçamento para não paralisar e não travar o Brasil no ano de 2023. Há necessidade de prosseguir com um programa na área social, cuidar de quem passa fome, e ali propor que possamos ter a PEC do Bolsa Família excepcionalizando o teto de gastos e o pagamento dos R$ 600 que dá R$ 157 bilhões e mais as crianças [que totalizam mais R$ 18 bilhões], disse durante participação no UOL News.

Dias também ressaltou a necessidade de encaixar outras "necessidades sociais" dentro do orçamento para 2023. "Falta remédio na Farmácia Popular, falta o atendimento ao programa de alimentação, [faltam] vacinas, enfim, coisas que são essenciais à população. (...) estamos colocando medidas emergenciais para cuidar dos pobres e os serviços funcionarem".

Ainda durante participação no UOL News, o senador criticou o que chamou de "manobras do governo Bolsonaro" e admitiu as dificuldades para que o governo consiga fechar suas contas em 2022.

"Reconheço como alguém que acompanha com responsabilidade a execução orçamentária que o governo não vai fechar as contas este ano da forma como está".

Por fim, Dias também reconheceu que algumas alterações ainda podem ser feitas na PEC da Transição apresentada ao Senado pela equipe formada por Lula. "É possível que tenha alteração na PEC que apresentamos, agora é com o Congresso Nacional".

Tales: Lira não será oposição e não será também o 'cordeirinho' que foi com Bolsonaro

"O Arthur Lira não será oposição e não será também o 'cordeirinho' que foi do governo Bolsonaro. Será um aliado ocasional [de Lula] em algumas situações e em outras será mais neutro", analisou Tales Faria, colunista do UOL, sobre a relação de Lula com Arthur Lira (PP), provável presidente da Câmara por mais dois anos.

Tales também classificou Lula como pragmático ao optar por não lançar um nome do PT para a presidência da Câmara e acabar apoiando a reeleição de Lira.

"Ele [Lula] pensa que Arthur Lira vai ficar mais dois anos [na presidência da Câmara], então tem que ter uma boa relação nesses dois anos para conseguir governabilidade e aprovar os projetos".

Tales: Com ou sem 'artimanha', militares terão que se submeter a Lula

Na avaliação de Tales Faria, comandantes das Forças Armadas, mesmo a contragosto, terão que bater continência para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Reportagem da colunista Thaís Oyama mostra que há um plano dos comandantes de transmitirem seus cargos a seus sucessores antes da posse de Lula para evitarem se submeter ao presidente eleito. Tales, entretanto, afirma que a continência terá que ser batida.

"Eles [militares] vão ter que se submeter. Podem fazer a artimanha que quiserem, mas vão ter que se submeter porque esse é o estado democrático de direito. Eles vão ter que bater continência para o presidente e marchar na direção que o presidente mandar porque senão não são militares, são outra coisa", afirmou Tales durante participação no UOL News.

Ele também classificou como "loucura" a artimanha especulada para que não batam continência ao futuro presidente.

"Os militares vão ter que bater continência para quem o presidente da República quiser e até para o próprio presidente. Não tenho dúvidas que no primeiro ato público que tiver entre comandantes militares e o presidente da República eles estarão batendo continência porque essa é a função constitucional das Forças Armadas e eles se negarem a fazer isso seria uma loucura".

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