Justiça suspende compra de blindados do Exército; custo era de R$ 5 bilhões
O TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) suspendeu hoje a compra de novos veículos blindados do Exército que custariam 900 milhões de euros aos cofres públicos, o equivalente a mais de R$ 5 bilhões.
O Exército decidiu na semana passada a aquisição de 98 veículos do modelo Centauro II, da marca italiana Iveco-Oto-Melara. Chamado de "caça-tanques", o blindado pesa 30 toneladas e tem um canhão de longo alcance. O contrato seria assinado hoje, no último mês do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o desembargador Wilson Alves de Souza, que assina a decisão, é "evidente a falta de bom senso" ao fazer uma compra desse valor ao mesmo tempo em que se faz cortes de verbas da educação e da saúde.
No final de novembro, o governo decidiu bloquear R$ 5,7 bilhões do orçamento, com os Ministérios da Educação e da Saúde sofrendo os maiores cortes.
Na decisão, o magistrado diz que não é urgente a compra de armas em tempos de paz. "Ao que consta a todos, a única guerra que se está a enfrentar nesse momento é a travada contra a covid-19, que permanece e recrudesce no atual momento - e isso também é fato público e notório -, a exigir mais investimentos em lugar de cortes, exatamente na área da saúde", diz o documento.
Em nota, o Exército disse que a decisão foi cumprida, e que está tomando as "medidas cabíveis".
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