'Número da sorte': Lula prepara anúncio de bloco de ministros para o dia 13
A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara o anúncio de um bloco de ministros para 13 de dezembro, na semana que vem —dia seguinte à diplomação do petista no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Além de garantir mais alguns dias para resolver impasses, o partido pretende aproveitar o simbolismo do "número da sorte" na data em que vai informar as novas pastas.
O próprio Lula já admitiu que grande parte do futuro ministério já foi escolhido. Em Brasília, o ex-ministro Fernando Haddad (PT), a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o ex-ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) José Múcio já são tratados com status de ministeriáveis —falta a oficialização.
Vou ser diplomado no dia 12 [de dezembro]. Depois que for diplomado, depois que for presidente da República reconhecido, começo a escolher o meu ministério. Não precisa ninguém ficar angustiado, nervoso, criando expectativa porque eu, no fundo, já tenho 80% do ministério na cabeça."
Lula, em coletiva na sexta (2)
Lula tem sofrido pressão para anunciar os primeiros nomes do novo governo. Mas tem resistido. Ele não quer passar a impressão de que está cedendo a algum setor, seja político, econômico ou militar.
Em 2002, no primeiro mandato, sofria pressão semelhante e anunciou, em 10 de dezembro, Antônio Palocci, então coordenador da transição, para o Ministério da Fazenda, e Marina Silva no Meio Ambiente.
Por partes. Caso cumpra as promessas de campanhas já no começo do futuro governo, a Esplanada deverá ter dez ministérios a mais no começo do ano que vem. O total passará de 23 para 33 —sendo três inéditos.
Os primeiros nomes cotados para anúncio são:
- Haddad na Fazenda, com o desmembramento do Ministério da Economia, e
- Múcio, na Defesa. O anúncio do ex-ministro do TCU pode ser o primeiro neste ano, já nesta semana.
Existe a possibilidade de que essas indicações sejam confirmadas antes da diplomação. Em jantar com senadores, na semana passada, Lula já confirmou os nomes de Múcio e do senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) na Justiça, segundo o Estadão.
Os cotados. No próximo dia 13, no entanto, deve haver o anúncio de uma lista mais robusta:
- Tebet no novo Ministério de Desenvolvimento Social,
- Dino na Justiça, desmembrado de Segurança Pública,
- O governador baiano Rui Costa (PT) na Casa Civil,
- O ex-chanceler Mauro Vieira de volta ao Itamaraty,
- A deputada eleita Marina Silva (Rede-SP) de volta ao Ministério do Meio Ambiente, e
- O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) no retorno do Ministério de Relações Institucionais.
Equipe de Lula ainda negocia
Sem confirmar nome algum até agora, o futuro governo precisa ainda lidar com alguns impasses —e, segundo lideranças próximas, o ideal é que tudo fosse resolvido até o primeiro grande anúncio, na semana que vem.
Com o desmembramento do Ministério da Economia, o ideal seria anunciar o nome da Fazenda junto ao do Planejamento. Pérsio Arida, um dos fundadores do Plano Real, era mais cotado.
Arida chegou a dizer que não tinha intenção de assumir a pasta do Planejamento, mas, segundo interlocutores do governo de transição, seu nome foi sugerido pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e aceito por Lula. O plano era ter um perfil técnico e outro político, com visões econômicas distintas e complementares na Fazenda e no Planejamento, mas a negociação esfriou. Arida não foi descartado, mas tampouco está confirmado. A única coisa que garantem os petistas é que a nomeação desta pasta partirá de Alckmin.
As vagas do MDB. Tebet também depende de seu partido. O MDB barganha por pelo menos três pastas no novo governo, mas espera que ela entre na conta pessoal de Lula, dada a importância da senadora na campanha do segundo turno.
Os emedebistas sondam pelo menos uma liderança, um senador e um deputado a serem colocados no cargos:
- O senador eleito Renan Filho (AL), ex-governador alagoano, ficaria com o Ministério de Minas e Energia.
- O governador Helder Barbalho (PA), reeleito com o maior índice de aprovação, indicaria o chefe do Ministério de Desenvolvimento Regional.
- Haveria espaço ainda para um deputado a ser definido pela bancada emedebista, comandada pelo presidente Baleia Rossi (MDB-SP).
Lula está em Brasília e tem se dividido entre reuniões com a equipe de transição e lideranças políticas. Hoje, os integrantes do Grupo de Trabalho de Planejamento, Orçamento e Gestão devem dar entrevista à imprensa.
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