Lula não anuncia nomes, mas diz que tem '80% do ministério na cabeça'
Em sua primeira conversa com jornalistas após a cirurgia na garganta, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou a participação da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, em seu ministério e disse hoje ter 80% da composição montada em sua cabeça.
Lula passou a semana em Brasília, mas volta ainda nesta sexta-feira para São Paulo, de onde vai acompanhar o jogo do Brasil contra Camarões. O palpite do petista para o placar do dia é de 2 x 0.
"Vou ser diplomado no dia 12 [de dezembro]. Depois que for diplomado, depois que for presidente da República reconhecido, começo a escolher o meu ministério. Não precisa ninguém ficar angustiado, nervoso, criando expectativa porque eu, no fundo, já tenho 80% do ministério na cabeça".
Gleisi fora do ministério. Ao lado de Gleisi, Lula confirmou que ela não será ministra no seu governo. A informação foi divulgada ontem pela imprensa após uma reunião fechada entre o presidente eleito e parlamentares.
"Tive uma discussão com a Gleisi e disse que o PT é um partido muito grande, muito importante na montagem da governança dentro do Congresso. Achei que não é importante desmontar o partido porque ganhamos as eleições, ela tem um papel muito importante e tem outras pessoas que podem representá-la dignamente no governo."
O fato de eu ter dito que a Gleisi não vai ser ministra é, na verdade, o reconhecimento do papel que a Gleisi tem na organização política do PT no Brasil.
Presidente eleito Lula
Nome para a Economia. Apesar das várias perguntas sobre a formação dos ministérios e de nomes de cotados, Lula evitou dar dicas sobre os escolhidos e disse, por mais de uma vez, que só começará a anunciar os nomes após sua diplomação no dia 12 de dezembro. "Eu não tenho pressa."
Lula também afirmou que seu futuro ministro da Economia "será a cara do sucesso do meu primeiro mandato". A expectativa é de que a pasta seja comandada por Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo.
"Sei o que é bom para o povo e sei o que é bom para o mercado", afirmou ele. Lula repetiu que não tem pressa para anunciar os nomes do seu governo. "Se eu tiver que anunciar, vou anunciar. O que vai valer é quando eu falar. Quando eu falar é definitivo."
"A base dos meus ministérios será a base dos ministérios que eu tinha no meu segundo mandato, mais o Ministério dos Povos Originários", afirmou.
Orçamento secreto. O presidente eleito evitou comentar sobre a decisão que o Supremo Tribunal Federal deverá tomar em relação ao chamado orçamento secreto. Na quinta-feira (1º), a ministra Rosa Weber enviou o julgamento ao plenário da corte.
"Como é que eu posso falar do STF? Uma das coisas que quero fazer no Brasil é que o país volte a normalidade que é que Judiciário julgando, o Legislativo legislando e o Executivo executando", disse.
Acabar com o orçamento secreto foi uma das promessas da campanha de Lula. Porém, o governo eleito não conseguirá fazer isso tão facilmente já que depende do Legislativo para isso.
Apesar de evitar comentar sobre a possível decisão do STF, Lula disse que o orçamento "do jeito que está não dá pra continuar".
PEC já foi discutida. Sobre a PEC da transição, que busca viabilizar o pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil, encaminhada ao Congresso pelo governo eleito, Lula defendeu o texto original, mas demonstrou que há espaço para negociação.
"Primeiro, o que me interessa é a PEC que nós mandamos. Essa PEC já foi conversada com o presidente da Câmara e o presidente do Senado. Já foi conversada com várias lideranças. Até agora não há sinal de que as pessoas querem mudar a PEC. As pessoas sabem que não é o governo que precisa dessa PEC, é o Brasil que precisa dessa PEC", disse.
"Nós queremos a PEC porque nós precisamos investir em algumas coisas. Nós precisamos retomar o Minha Casa, Minha Vida, nós precisamos colocar um pouco de dinheiro no SUS. Nós temos coisas imprescindíveis para o povo brasileiro. Então, espero que o Congresso Nacional, Câmara e Senado, tenham sensibilidade e possam votar do jeito que nós queremos. Se precisar ter um acordo, nós também sabemos negociar", disse.
Ele rechaçou haver espaço para incluir as emendas de relatores, o chamado orçamento secreto, na PEC.
Viagem para os EUA. Lula disse ainda que só irá aos Estados Unidos visitar o presidente Joe Biden após sua diplomação e que o país norte-americano "padece de uma necessidade democrática assim como Brasil", disse.
Antes de falar com os jornalistas, Lula fez ainda uma visita ao ex-presidente José Sarney (MDB).
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