Presidente do PSOL diz não haver espaço para partido fazer oposição a Lula
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou que "não há qualquer espaço" para o partido fazer oposição ao governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração foi ao jornal O Globo.
"O PSOL é um partido vivo, sem chefes ou decisões de cima para baixo. É normal que nossos debates internos acabem tendo projeção pública. Considero que não há qualquer espaço para o PSOL ser oposição ao futuro governo", disse ele, que faz parte do gabinete de transição do governo.
Por que houve o posicionamento de Medeiros? No último domingo (4), a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) disse ao jornal Folha de S.Paulo que o partido havia formado maioria para não compor o governo do petista.
"Temas relativos a direitos humanos, por exemplo, é muito comum que não sejam pautados em função de acordos feitos com fundamentalistas, com setores mais conservadores. A gente quer manter a independência para seguir pautando. Essa é a nossa vocação no Parlamento", falou a parlamentar.
Quem mais criticou a declaração de Sâmia? Ela já havia sido criticada pelo colega de legenda, o deputado eleito Guilherme Boulos (SP). "É uma opinião dela", respondeu ele ao ser questionado sobre a afirmação de Sâmia. "Quem vai fazer oposição ao Lula é o bolsonarismo, e não estaremos ao lado deles. O momento do país é outro. Enfrentamos uma oposição raivosa. E não dá para brincar com isso."
O presidente do PSOL também se posicionou de maneira semelhante, e diz não ter medo que a sigla se descaracterize ao participar da base de Lula. "O PSOL é um partido que tem 17 anos de legalidade, governamos capitais, disputamos eleições, fizemos alianças com os demais partidos de esquerda e só crescemos. Não tenho nenhum medo de o PSOL perder sua essência rebelde e comprometida com a mudança."
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