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Após ataques de bolsonaristas à PF, segurança em hotel de Lula é reforçada

Do UOL, em Brasília

12/12/2022 22h01Atualizada em 13/12/2022 00h53

A segurança no hotel em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado, em Brasília, foi reforçada depois de uma tentativa de invasão à sede da PF (Polícia Federal) e incêndios de ônibus e carros que estavam na região.

Cerca de 60 policiais militares foram posicionados no entorno da entrada do prédio, que fica próximo ao prédio da PF. Jornalistas que estavam na frente do hotel receberam ordem para entrar no edifício. Por precaução, a rua foi fechada. Policiais equipados com capacetes e escudos e duas ambulâncias permaneceram estacionadas na área externa.

O hotel é um complexo que funciona junto com centro de convenções e ocupa uma quadra inteira. Até perto da meia-noite, nenhum distúrbio tinha sido verificado no hotel.

Houve a informação de que Lula deixaria o estabelecimento em um helicóptero, mas a assessoria de imprensa informou que não existe previsão de o presidente eleito deixar o local. O vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), está hospedado no mesmo local.

Os militantes bolsonaristas gritavam "prende o Lula" enquanto seguiam na direção do hotel onde o presidente eleito está hospedado. Um comboio de policiais fez uma barreira na Via N1, onde um ônibus foi incendiado, para tentar impedir que mais manifestantes cruzassem para Setor Hoteleiro Sul.

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Cerca de 60 policiais militares protegem o hotel em que Lula está hospedado por causa de distúrbios em Brasília
Imagem: Leonardo Martins

Além da reforço nas proximidades do hotel de Lula, policiais militares tomavam as ruas de Brasília por causa de "distúrbios civis". Militares com paus e pedras percorriam as ruas e carros fugiam pela contramão ou subindo nos canteiros. Um veículo foi queimado no terreno de um posto de combustíveis. Pontos conhecidos da cidade, como a torre de TV e a Esplanada dos Ministérios também foram fechados pela polícia.

As cenas de violência começaram após a prisão de José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Serere, que vinha organizando protestos contra o resultado das eleições. Devido à detenção dele, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) foram até o prédio da PF, onde começou o conflito com as forças de segurança.

O prédio da sede da PF possui apenas plantão, uma delegacia para atender ocorrências de última hora. Não existe carceragem no local, informou um policial ouvido pelo UOL.

Nomeado ministro da Justiça do próximo governo, o senador eleito Flávio Dino (PSB) fez um post no Twitter informando que está tratando do caso com o governo do Distrito Federal. "Temos dialogado com o GDF [Governo do Distrito Federal], a quem compete a garantia da ordem pública em Brasília, atingida por arruaças políticas. A segurança do presidente Lula está garantida. As medidas de responsabilização jurídica prosseguirão, nos termos da lei."