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STF mantém prisão de indígena bolsonarista após audiência de custódia

Cacique Tserere pivô das manifestações no DF - Reprodução, redes sociais
Cacique Tserere pivô das manifestações no DF Imagem: Reprodução, redes sociais

Do UOL, em Brasília

13/12/2022 20h42Atualizada em 13/12/2022 20h42

O STF (Supremo Tribunal Federal) manteve hoje (13) a prisão temporária de dez dias imposta ao pastor evangélico e líder indígena José Acácio Serere Xavante, conhecido como Cacique Serere.

A audiência de custódia foi encerrada por volta das 18h30 com a manutenção da detenção. Serere segue detido no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.

O que você precisa saber? A prisão do cacique, que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), provocou uma série de ataques de extremistas bolsonaristas, que queimaram ônibus e carros no centro de Brasília no fim da noite de ontem (12).

O grupo também tentou invadir a sede da PF na capital, mas foram afastados pela Polícia Militar.

Atualmente, a cavalaria da PM vigia a sede da PF, enquanto um grupo tático da PF bloqueia a área de embarque e desembarque de veículos na região.

Por que o indígena foi detido? Serere foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes por suspeita de ameaça de agressão e de perseguição contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República.

Segundo investigações da PF, Serere realizou manifestações de cunho antidemocrático em diversos locais da capital federal, como em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília, no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente e o vice-presidente da República eleitos.

"A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos", registrou a PGR.

Moraes ressaltou que as condutas do investigado apresentam "agudo grau de gravidade" e que Serere Xavante convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação dos eleitos.