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OPINIÃO

Tales: Voto de Lewandowski deve indispor ainda mais centrão com gestão Lula

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/12/2022 14h27

Na avaliação do colunista do UOL Tales Faria, o voto do ministro Ricardo Lewandowski para derrubar o orçamento secreto deverá causar mal-estar entre o centrão e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lewandowski foi indicado ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2006 pelo próprio Lula e, para Tales, o voto do ministro é "o voto do Lula".

Por 6 votos a 5, o STF decidiu hoje (19) que as emendas de relator só podem ser usadas agora para correções no projeto de lei orçamentário.

"A grande surpresa dessa votação foi o Lewandowski. Aqui no Congresso o que se esperava era que o Lewandowski acompanhasse o Gilmar [Mendes] e fosse contra a Rosa Weber", começou Tales durante participação no UOL News.

"Acabou que ele votou a favor [do veto ao orçamento secreto] e essa surpresa tende a indispor mais o centrão com o futuro governo Lula, porque para o centrão o Lewandowski é voto do Lula. Então essa mudança de voto vai cair nas costas do Lula", completou.

Além de Lewandowski, votaram para derrubar o orçamento secreto a relatora Rosa Weber e os ministros Edson Fachin, Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Orçamento secreto passa a ser constitucionalizado, diz Tales Faria

"Não me surpreenderá se o Congresso vier com uma constitucionalização da emenda de relator. É isso que está sendo discutido nos bastidores", afirmou Tales sobre a decisão do STF de derrubar o orçamento secreto.

Durante o UOL News ele explicou que a decisão do Supremo afirma que a resolução das emendas de relator não é constitucional e, por isso, o Congresso tentará mudar a Constituição para retomar o controle sobre parte do orçamento da União.

"Uma das alternativas que está sendo discutida nos bastidores do Congresso é colocar essa constitucionalidade na própria PEC da Transição. É um absurdo porque vai ser um jabuti colocado em uma PEC que não trata de emenda de relator. (...) está sendo discutido se constitucionaliza ou não para superar o fato de que o Supremo disse que não é constitucional", finalizou.

Greve dos pilotos: Sindicato diz que ainda não há acordo com empresas aéreas e paralisação continua

Henrique Hacklaender, membro do Sindicato Nacional dos Aeronautas, participou hoje do UOL News e afirmou que a paralisação deve continuar, uma vez que ainda não houve um acordo com as empresas. Ele explicou que a categoria pede um reajuste inflacionário e também mudanças nas escalas de folga dos tripulantes.

"Ainda não tivemos qualquer indicação por parte das empresas de que haverá uma negociação ou melhora nessa negociação. Passou-se basicamente dois meses e meio onde surgiram de duas a três propostas, mas que não atenderam às expectativas da categoria. (...) caso haja novas propostas, iremos levar para a categoria deliberar e faremos uma votação. Se isso for a contento, a greve será encerrada", afirmou.

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