'Desce do palanque', diz Ciro Nogueira sobre Lula; PT lembra apoio a Haddad
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou hoje que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), apoiou a eleição de Fernando Haddad (PT) à Presidência da República em 2018.
"A conta do Twitter dele deve ser administrada por alguém que não se recorda disso", afirmou Lula por meio de nota ao UOL. A declaração ocorreu depois de o político ter reagido a críticas do petista sobre a condução econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
"É um truque tão falso quanto manjado. Já é hora de descer do palanque e começar a trabalhar", escreveu Ciro em sua conta na rede social.
O que aconteceu
- Lula criticou o governo Bolsonaro e disse que herdará um país quebrado
- Ciro Nogueira rebateu e afirmou que Lula deve "descer no palanque e começar a trabalhar"
- O petista relembrou que Ciro Nogueira apoiou eleição de Haddad e o PT no Piauí, em 2018
- Ministro da Casa Civil também criticou número de ministérios de Lula
Na mensagem, Ciro afirmou que "penúria foi o que o PT entregou em 2016", época em que o PIB do país teve retração de 3,6%, queda de 0,2 ponto percentual em relação ao ano anterior, durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Mais cedo, durante cerimônia de entrega do relatório final feito pelo grupo de transição, Lula havia afirmado que herdará o Brasil "em situação de penúria". Segundo ele, "as coisas mais simples não foram feitas porque Bolsonaro preferia contar mentiras no cercadinho do que governar".
O ministro da Casa Civil também criticou a decisão do PT de aumentar o número de ministérios de 23, no governo atual, para 37. No último fim de semana, o futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou que não haverá aumento de despesas ao confirmar mudança.
Ciro discorda. "O PT, com sua contabilidade criativa de sempre, diz que 14 novos ministérios não vão criar novos gastos. Mas basta uma breve conta para ver que na prática a história é outra. Lembre-se, isso ainda não inclui infraestrutura, local, veículos, passagens, auxílios e outros benefícios necessários para formar um ministério. Se estimarmos que essa estrutura custará mais de R$ 20 milhões anuais, o valor total pode chegar a R$ 35 milhões por ano, por ministério", escreveu o atual ministro, Ciro Nogueira.
Ciro também reagiu a declarações como as de Lula, Rui Costa e do ex-ministro Aloizio Mercadante.
"O governo Bolsonaro quebrou o estado brasileiro. Serviços essenciais ou já estão paralisados ou correm grande risco de serem totalmente comprometidos", disse Mercadante na última terça-feira (6).
Em nota, o atual Ministério da Economia disse que a dívida pública caiu em relação ao PIB do país. O ministério afirma ainda que o Brasil deve encerrar o ano de 2022 em superávit primário, algo que não acontece desde 2013.
"A dívida bruta do governo deverá terminar o ano representando 74% do PIB, com um superávit primário de 23,4 bilhões de reais, o primeiro desde 2013. Será o primeiro governo que encerra o mandato com endividamento em queda: em 2018, a relação dívida/PIB chegou a 75,3%. Demais países emergentes e desenvolvidos têm projeções de crescimento de dívida em comparação com as taxas observadas antes da pandemia", conclui.
Procurada pelo UOL, a equipe de transição voltou a afirmar hoje que, com Bolsonaro não há previsão orçamentária para o Estado seguir funcionando em suas atividades essenciais na projeção para 2023.
"O governo eleito, junto com o Congresso Nacional, é quem irá resolver a questão fiscal do país, inclusive das contas deste final de ano, com a aprovação da PEC do Bolsa Família e terá que tomar medidas adicionais para aumentar a eficiência do gasto público e de receitas sem o aumento da carga tributária", disse.
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