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Polícia identifica 2º suspeito de atos terroristas em Brasília

George e Alan, suspeitos de atos terroristas em Brasília  - Divulgação
George e Alan, suspeitos de atos terroristas em Brasília Imagem: Divulgação

Do UOL, em Brasília

26/12/2022 12h22Atualizada em 26/12/2022 18h47

O bolsonarista George Washington Souza, 54, suspeito de atos terroristas em Brasília, afirmou à polícia ter tido um outro parceiro na tentativa de explodir no sábado um caminhão de combustível em via próxima ao aeroporto da capital federal. Segundo o UOL apurou, a polícia identificou que se trata de Alan Diego dos Santos — que teria deixado a cidade.

George disse aos agentes que o prenderam, segundo os depoimentos dos policiais — aos quais a reportagem teve acesso —, que esteve no acampamento de bolsonarista em frente ao Exército na sexta-feira (23) à noite e que lá ele deixou o artefato explosivo "já preparado" com Alan.

O suspeito afirmou à polícia que acreditava que a bomba seria colocada "tão somente" em um poste energia para interromper o abastecimento de eletricidade em Brasília. A reportagem não conseguiu localizar Alan nem identificar se ele tem advogado de defesa.

Quando foi preso e autuado em flagrante sob a acusação de crime de terrorismo, a Polícia Civil anotou na ocorrência que o empresário George indicou duas pessoas com telefone do Pará para serem avisadas de sua prisão: um amigo e um fazendeiro. O amigo atendeu ao telefonema do suspeito.

Segundo familiares de George ouvidos pela reportagem, ele é dono de um restaurante localizado num posto na cidade Xinguara (a cerca de 800 km de Belém) e está desde o início de novembro em Brasília — onde alugou um imóvel, no qual a polícia apreendeu armas e munições.

A polícia acredita que a bomba tenha sido colocada no caminhão de combustível entre a noite de sexta-feira e as 5h de sábado. Foi na madrugada de sábado que o caminhoneiro foi fazer uma inspeção no veículo e descobriu o explosivo, que continha emulsão de pedreira, e foi desarmado pelo grupo antibomba da Polícia Militar do DF.

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido, o empresário George Washington armou a bomba porque queria chamar a atenção para o grupo que apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL). O grupo protesta em dois pontos de Brasília pedindo que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não tome posse e que seja feita uma intervenção das Forças Armadas para melar o resultado das eleições.

Em redes sociais, grupos de apoiadores de Bolsonaro afirmam que George Sousa não é bolsonarista. Mas fontes da Secretaria de Segurança ouvidas pelo UOL hoje afirmaram que os protestos são observados por policiais à paisana das equipes de inteligência e que muitos militantes de Bolsonaro são monitorados constantemente. As informações colhidas são complementadas com depoimentos de testemunhas e publicações em redes sociais.

No Gama, a cerca de 25 quilômetros da área central de Brasília, a polícia identificou mais explosivos. Ainda não se sabe sua relação com os artefatos encontrados no aeroporto.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que afirmou a primeira versão deste texto e a homepage do UOL, o empresário preso sob acusação de terrosimo citou o envolvimento de um parceiro, não de dois.