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Trio de Lula no Congresso terá de lidar com base pequena e bolsonaristas

Do UOL, em Brasília

29/12/2022 14h58Atualizada em 29/12/2022 16h20

Os três nomes anunciados pelo presidente eleito para serem seus representantes no Legislativo federal terão grandes desafios pela frente, incluindo:

  • Uma base insuficiente para obter votos para aprovação de projetos importantes.
  • A resistência dos bolsonaristas.
  • A grande bancada de direita no Congresso.

Quem são os nomes indicados:

  • Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso.
  • Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado.
  • José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara.

Os líderes são responsáveis por defender os interesses do governo diretamente no Legislativo. Entre suas funções, está orientar as votações de projetos de acordo com o interesse do Executivo.

Esses parlamentares também têm direito a um tempo maior de fala durante as sessões de plenário e à indicação de cargos.

Na Câmara, José Guimarães

O deputado terá a resistência da maior bancada eleita da Casa, a do PL, partido de Jair Bolsonaro, com 99 deputados, que deverá fazer oposição ao governo.

Os integrantes do partido devem tentar avançar com pautas de costumes que ficaram empacadas durante a gestão de Bolsonaro.

O PT não deve, até esse momento, lançar um candidato próprio para disputar a presidência da Câmara e apoiar a recondução de Arthur Lira (PP-AL) ao posto, o que irá ajudar na construção de uma base.

Desde o resultado das eleições Guimarães foi o principal articulador de Lula na Câmara e ajudou nas costuras para a aprovação da PEC da Transição.

No Senado, Jaques Wagner

Aos 71 anos, o petista buscará garantir a governabilidade do novo presidente em meio à ofensiva bolsonarista.

Os partidos de direita emplacaram 19 das 27 vagas em jogo no último pleito, incluindo a eleição de ex-ministros de Bolsonaro, como:

  • Tereza Cristina (PP-MS)
  • Damares Alves (Republicanos-DF)
  • Marcos Pontes (PL-SP)
  • Rogério Marinho (PL-RN)
  • Sergio Moro (União-PR)

Eleito em 2018 para o Senado, Jaques Wagner foi o primeiro ministro do Trabalho e Emprego do primeiro governo Lula. Também ocupou a pasta de Relações Institucionais entre 2005 e 2006, e foi ministro da Defesa da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2015.

No ano seguinte, quando comandava a Casa Civil, abriu mão do cargo para, à época, Dilma nomear Lula. No entanto, a indicação foi anulada pelo STF. Nestas eleições, o senador fez parte da coordenação política da campanha de Lula.

No Congresso, Randolfe Rodrigues

O senador será um dos principais responsáveis pela negociação da tramitação de propostas importantes na Câmara e no Senado, além da articulação da análise dos vetos presidenciais a partir de 2023.

Atual líder de oposição ao governo Bolsonaro no Senado, Randolfe atuou na linha de frente da campanha de Lula no conselho político.

Graduado em história com mestrado em políticas públicas, Randolfe já foi deputado estadual do Amapá entre 1999 e 2006. No ano passado, foi vice-presidente da CPI da Covid no Senado, que investigou a conduta do governo Bolsonaro no combate à pandemia.