Wellington Dias assume ministério que cuidará do Bolsa Família
O ex-governador do Piauí e senador eleito assumiu nesta segunda-feira (2) a pasta do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome. Em seu discurso, ressaltou que recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a missão de combater a insegurança alimentar no país.
Nesse mandato, a nossa missão é tirar o Brasil do mapa da fome, pela segunda vez, pelo comando do presidente Lula" Wellington Dias
Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a fome disparou no Brasil e passou a atingir 33,1 milhões de brasileiros. Reverter esses números foi colocado como a prioridade de Lula durante sua campanha.
A pasta de Dias foi recriada pelo governo Lula e será responsável pelo principal programa petista, o Bolsa Família.
O programa deve ser reformulado e retomar condicionalidades que existiam em governos petistas, mas que foram excluídas no governo Bolsonaro, como a exigência de comprovante de matrícula para as crianças.
Busca ativa no Cadastro Único
Segundo Dias, umas das primeiras ações será uma atualização do Cadastro Único e uma busca ativa de pessoas que realmente precisam do Bolsa Família.
Dias disse que vai reestabelecer parcerias e fazer uma atualização do Cadastro Único. "Nada de pente fino. Pente fino era para tirar piolho do cabelo", disse. "É política pública bem feita que vamos fazer. É retomar a integração com estados, municípios e todos os parceiros".
A cerimônia foi realizada em um auditório no subsolo do agora extinto Ministério da Cidadania:
- Em uma quebra de protocolo, a mulher de Dias, a deputada federal Rejane Dias (PT-PI) foi a primeira a discursar e falou de família
- O cerimonial exibiu um vídeo com ares de campanha política, sobre a trajetória do ministro
- Por falta de espaço, muita gente ficou de pé e se acumulou nas escadarias laterais
- Após a deputada, o ministro recém-empossado da Educação Camilo Santana também discursou
Xadrez político
O ex-governador assume a pasta que inicialmente era cotada para Simone Tebet, peça importante da campanha de Lula no segundo turno. Tebet acabou ficando com o Planejamento.
Antes de ser anunciado como ministro, Dias foi o designado por Lula para negociar o orçamento e a PEC da Transição, que abriu espaço para o Bolsa Família e outras promessas.
Dias já anunciou oito novos secretários para a pasta:
- Osmar Júnior, secretário-executivo. Ele foi vice-governador do Piauí, deputado federal e é advogado;
- Ranniêr Ciríaco, secretário-executivo adjunto. Foi superintendente de representação do governo do Piauí;
- Letícia Bartholo, secretária do Cadastro Único. Socióloga, mestre em Demografia e servidora pública federal;
- Eliane Aquino, secretária de Renda e Cidadania. Foi vice-governadora de Sergipe e secretaria nas áreas de assistência e desenvolvimento social;
- Lilian Rahal, secretária de Segurança Alimentar e Nutricional. Servidora pública federal, foi chefe de gabinete da Secretaria da Agricultura Familiar no primeiro governo Lula;
- Luiz Carlos Everton, secretário de Inclusão Sócio-Econômica. Foi diretor do Banco do Nordeste, presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Piauí e é pastor evangélico.
- André Quintão, secretário de Assistência Social. Líder do PT em Minas Gerais, foi secretário de Desenvolvimento Social em Belo Horizonte e deputado estadual;
- Laís Abramo, secretária de Cuidados e Família. Doutora em sociologia, foi diretora do escritório da Organização Internacional do Trabalho no Brasil e da divisão de Desenvolvimento Social da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe). Dias conseguiu a cadeira principal do ministério após a senadora Simone Tebet (MDB) pleitear o espaço. Com a pressão do PT, Lula deixou o cargo para o senador eleito
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