Dino avalia federalizar investigação sobre morte de Marielle
O recém-empossado ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que vai estudar a possibilidade de a Polícia Federal e a Justiça Federal conduzirem o caso Marielle Franco, que está a cargo da Polícia Civil do Rio e da Justiça estadual.
Inicialmente haverá uma análise dentro do ministério e um dos caminhos é retomar a federalização."
Dino disse ainda que haverá um diálogo com as autoridades do Rio de Janeiro e que, se for juridicamente possível, ele adotará esse caminho.
O ministro disse, contudo, que precisa comprovar se há, por exemplo, morosidade das autoridades locais sobre o crime, que aconteceu em 14 de março de 2018. Até hoje os mandantes do assassinato não foram identificados.
"Eu tratarei do assunto com [o governador do Rio] Cláudio Castro", afirmou.
Em setembro de 2019, a então procuradora-geral da República, Raquel Dogde, pediu a federalização, mas o pedido não foi aceito pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Prestes a completar cinco anos, o caso Marielle já foi chefiado por cinco delegados diferentes.
A investigação da Polícia Civil do Rio e do MP-RJ resultou em denúncia contra dois acusados —segundo as investigações, o PM reformado Ronnie Lessa, atirou contra a vereadora, e o ex-PM Élcio Queiroz, o acompanhava no carro.
Presos, eles aguardam data para serem julgados no Tribunal do Júri.
Não há informações sobre os mandantes do crime. Em julho de 2021, as promotoras do MP-RJ Simone Sibilio e Letícia Emile, que acompanhavam o caso desde o início, anunciaram saída voluntária das investigações sobre a a motivação.
Na ocasião, Anielle Franco, irmã de Marielle, afirmou que as mudanças deixam "um pouco sem esperança", ao mesmo tempo em que lutava por resposta.
Hoje, Anielle é titular do Ministério da Igualdade Racial e esteve na plateia da posse de Dino. Ela chorou ao ouvir que a resolução do caso será prioridade da pasta comandada por Dino.
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