Golpistas chegam à sede da PF em Brasília cantando hino
Mais de 40 ônibus com bolsonaristas golpistas chegaram na manhã de hoje à sede da Polícia Federal em Brasília - houve superlotação no local e alguns veículos foram levados para a subsede de Sobradinho. Os manifestantes estavam acampados no QG do Exército da capital federal. O número exato de pessoas será divulgado após triagem.
Quase 15 horas depois da depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, os radicais chegaram à sede da PF cantando o hino nacional brasileiro, o hino da independência e cânticos como "Deus, pátria e família", lema adotado por Jair Bolsonaro durante o pleito de 2022. No fim da manhã, mais de 30 viaturas foram enviadas ao local reforçar a segurança.
Mais cedo, o Exército e a Polícia Militar realizaram um cerco ao acampamento golpista em Brasília. Ainda não há definição do que vai acontecer com os manifestantes —os agentes esperam ordens da direção da PF e do Ministério da Justiça.
No local, os bolsonaristas devem ser identificados e separados entre os que estavam no ato ontem e os que estavam apenas acampados.
Segundo fontes da PF, a situação depende de quais crimes serão imputados a cada um dos detidos. A reportagem apurou que alguns podem responder por tentativa de golpe de Estado.
Golpistas falam em "sequestro" e chamam militares de "covardes". Os manifestantes bolsonaristas detidos na manhã desta segunda-feira (09/01) no QG do Exército, em Brasília, se dizem vítimas de "sequestro" e afirmam que o exército brasileiro os entregou de "mão beijada" à Polícia Federal.
Os mais de 1.200 bolsonaristas foram levados a duas sedes da PF no Distrito Federal, uma em Brasília e outra em Sobradinho. Na capital federal, muitos disseram à reportagem que não foram informados do motivo da prisão e pediam "socorro".
"A gente não sabe nem pra onde tá indo. Os que fizeram aquilo (ato terrorista e invasão das sedes dos Três Poderes) não foi a gente. Foi infiltrado. Isso aqui é um sequestro, eu estou sendo levado contra a minha vontade", disse Jorge Araguis, paulista de 69 anos, aposentado.
Houve também relatos de "covardia" de parte dos militares do exército que teriam "obrigado" os manifestantes a entrar nos mais de 50 ônibus da Secretaria de Transporte do DF -destacados especialmente para as detenções.
"O que o exército fez não tem nome. São uns covardes. Entregou a gente de mão beijada pra esses homens. Covardes!", disse Ademar Oliveira, 46 anos, de Rondônia.
Alguns dos golpistas ficaram descontentes com a reportagem e, de dentro dos ônibus, insultaram e jogaram objetos contra os jornalistas que acompanhavam a chegada dos ônibus. A Polícia Militar apenas assistiu a agressão.
Outros 1.500 golpistas podem ter escapado. Estima-se que 200 acampados estavam na região do QG do Exército na capital federal até a última sexta-feira (6). No fim de semana, depois da convocação nas redes bolsonaristas, acredita-se que esse número subiu para 3 mil pessoas.
Uma decisão do ministro Alexandre de Moraes determinou prisão de extremistas e verificação nos hotéis onde estariam os financiadores da tentativa de golpe.
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