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Rio: Moraes manda prender, mas acampamento golpista é desmontado sem presos

9.jan.2023 - Acampamento golpista em frente ao Comando Militar do Leste, no Rio, é desmontado - Igor Mello/UOL
9.jan.2023 - Acampamento golpista em frente ao Comando Militar do Leste, no Rio, é desmontado Imagem: Igor Mello/UOL

Do UOL, no Rio

09/01/2023 12h10

Extremistas acampados em frente ao CML (Comando Militar do Leste), no centro do Rio de Janeiro, desmontam hoje calmamente as dezenas de barracas instaladas sem serem importunados por homens da Polícia do Exército e da PM presentes na área.

O ministro do STF Alexandre de Moraes ordenou que os acampamentos próximos de quartéis sejam desmontados imediatamente e seus integrantes, presos em flagrante. A determinação se estende às polícias estaduais.

O grupo de algumas dezenas de golpistas recolhe barracas, pallets e outros materiais usados no acampamento enquanto bradam cânticos de extrema direita. Alguns mais exaltados hostilizaram jornalistas e discutiram com algumas mulheres que exaltaram o presidente Lula no local.

Apesar da ordem de Moraes, não há nenhuma ação para prender manifestantes ou acelerar o desmonte do acampamento. Apenas uma viatura da PM —que usualmente fica estacionada na esquina do CML, perto de uma das entradas da Central do Brasil— estava no local por volta das 11h.

Na manhã de hoje, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), afirmou que não determinaria prisões a menos que houvesse resistência ao desmonte —contrariando a ordem de Moraes.

As pessoas já estão saindo. Então neste momento não há necessidade alguma de prisão. A prisão acontecerá se as pessoas não saírem. A leitura que nós fizemos, a nossa interpretação, é que nós partiremos para a parte da prisão, se a primeira parte [desmonte do acampamento], não for cumprida
Cláudio Castro (PL), governador do Rio

O UOL procurou a PM e o CML sobre o fato de ninguém ter sido preso e ainda não houve um posicionamento.

A reportagem também questionou o STF sobre a interpretação do governador do Rio sobre a decisão de Moraes.

Mais cedo, os golpistas atacaram jornalistas que acompanhavam a desmobilização do acampamento e agrediram um fotógrafo.

O grupo está acampado em frente ao CML desde meados de novembro. No dia 2 de novembro, houve uma grande manifestação no local, pedindo que as Forças Armadas impedissem a posse de Lula e mantivessem Bolsonarono poder.