Terror no DF: agredir e derrubar cavalos pode render até prisão a golpistas

Organizações não governamentais (ONGs) de defesa dos animais cobram punições mais severas para os bolsonaristas que aparecem agredindo covardemente um cavalo da Polícia Militar durante a invasão aos prédios dos Três Poderes em Brasília. Mas se depender da legislação, nada muito grave deve acontecer.

Chorei vendo as imagens do cavalo sendo agredido e correndo desesperado. A gente que convive com eles sabe que não são animais de enfrentamento, são de fuga. Mesmo com as pessoas que tem intimidade, se houver um movimento brusco, eles se assustam, imagina estando no meio desse confronto.
Rosângela Coelho, presidente e fundadora do Santuário Filhos de Shanti

Na avaliação dela, não foi só um animal que sofreu durante os atos golpistas, mas todos os da cavalaria da PM. "Ali é nítido que todos os animais estavam em sofrimento porque consideramos o estado emocional deles, que quando se veem em uma situação de perigo já começam a ter alterações no organismo. Eles têm memória da dor, pavor. Tudo isso causa muitos danos a transtornos, pois ficam traumatizados após serem espancados. Isso é uma barbárie completa".

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• O Santuário Filhos de Shanti atua desde 2015 resgatando animais vítimas de maus tratos em Pindamonhangaba (SP), principalmente cavalos. A maioria deles é usada no transporte de tração e é descartada nas ruas quando fica idoso, doente ou com alguma sequela e são considerados sem valor comercial;
• Desde a sua criação, a ONG já atendeu mais de 120 animais, sendo a maioria cavalos.

Punição branda

"A pena de maus tratos para o caso dos cavalos acaba sendo enquadrada em um crime de menor potencial ofensivo, que é de três meses a um ano e multa, o que é abaixo do que a causa animal gostaria. É uma lei de 1998, que precisa urgentemente ser atualizada, como ocorreu com a Lei Sansão, que pune com mais rigor os agressores de animais domésticos", disse Cinthya Nunes Vieira da Silva, integrante da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB SP.

Sem confirmação. Ainda não foram divulgados números de quantos cavalos foram atingidos no último domingo (8), nem o que houve com o animal que aparece sendo agredido no vídeo que viralizou. No entanto, o deputado federal de Minas Gerais Fred Costa, que é atuante na causa animal, disse em uma de suas postagens nas redes sociais que foram dois.

"O cavalo que foi agredido juntamente com o policial, que a cena viralizou nas redes sociais é esse que estou postando. Infelizmente está muito assustado ainda, com grande inchaço na região da barriga, que está trêmula. Segundo os responsáveis, ele teve edema no cilhadouro proveniente da violência que sofreu. Está medicado e amanhã minha equipe volta no local para continuar acompanhando. Já o outro cavalo que muitos de nós confundimos achando se tratar deste, teve um corte proveniente de objeto cortante. Já foi atendido e devidamente medicado", comunicou.