Fã de Daciolo e Bolsonaro: o bombeiro preso em investigação sobre atos
Roberto Henrique de Souza Júnior, 52, usava as redes sociais para manifestar suas preferências políticas há ao menos dez anos. Ele já se posicionou contra o PT e as medidas de restrição da pandemia de covid-19.
Souza Júnior é subtenente do Corpo de Bombeiros, onde está há 33 anos. Hoje foi preso pela Polícia Federal em casa, em Campos dos Goytacazes (RJ), em uma operação que investiga atos antidemocráticos —bloqueios de rodovias e organização de acampamento em frente de quartel na cidade—, além de organização e financiamento da invasão nos prédios dos Três Poderes em Brasília.
O mandado de prisão contra Souza Júnior está sob sigilo, e a PF não detalhou as ações dele.
O traço político mais evidente do bombeiro nas redes sociais é o apoio a Cabo Daciolo, político que emergiu em 2011 após liderar a greve dos bombeiros no RJ. As mensagens de apoio mais recentes, de 2022, defendiam a candidatura de Daciolo ao Senado Federal —ele foi derrotado.
Críticas ao PT e vídeo com Bolsonaro
Souza Júnior esteve presente nas manifestações contra a ex-presidente Dilma (PT), em 2016. Em suas publicações, convocava vizinhos e amigos a estarem presentes, sempre defendendo que o PT não podia terminar um quarto mandato na Presidência da República.
Vamos que o PT não vai durar muito tempo. VEM PRA RUA!!!
Roberto Henrique de Souza Júnior, bombeiro preso pela PF
Também em 2016, Júnior gravou um vídeo com o então deputado federal Jair Bolsonaro, no plenário da Câmara dos Deputados. Em 13 segundos, o bombeiro posa sorridente ao lado de Bolsonaro e pede uma mensagem para seu filho. Bolsonaro aceita e também sorri.
Nas redes do bombeiro, não há qualquer outro registro disponível que indique proximidade com o ex-presidente. Ele republicou o vídeo outras três vezes.
Tentativa de carreira política e dívida com a Justiça Eleitoral
A exemplo de Cabo Daciolo, Júnior Bombeiro tentou uma cadeira na Câmara dos Deputados em 2018, filiado ao Patriotas.
Com promessa de defender os direitos da corporação, ele obteve 1.260 votos e não se elegeu.
Por não prestar corretamente contas de sua campanha à Justiça Eleitoral, o subtenente foi condenado a pagar R$ 4.000 de multa.
No decorrer do processo, ele alegou que não tinha a quantia e propôs um parcelamento da dívida. O valor foi corrigido e teve adicional dos honorários.
A Justiça Eleitoral aceitou que Júnior pagasse a dívida de R$ 5.166,56 em 36 parcelas de R$ 143,52.
O que dizem o Corpo de Bombeiros e a PF
O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro repudia veementemente quaisquer atos que ameacem o Estado Democrático de Direito. Será instaurado, ainda hoje, um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a participação do bombeiro da corporação em ataques contra o patrimônio público e em associações criminosas visando à incitação contra os Poderes institucionais estabelecidos, o que é inadmissível."
Nota do secretário de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros do RJ, coronel Leandro Monteiro
O UOL não localizou um representante legal de Souza Júnior para que se manifestasse sobre a prisão. O espaço segue aberto.
A PF cumpre cinco mandados de busca e apreensão, além de três mandados de prisão temporária. Dois suspeitos não foram localizados.
Já foram apreendidos celulares, computadores e documentos diversos, segundo balanço da PF.
A Operação Ulysses investiga:
- Lideranças locais que bloquearam as rodovias que passam por Campos dos Goytacazes;
- Quem organizou as manifestações em frente aos quartéis do Exército na cidade;
- E se os investigados participaram na organização e financiamento dos atos golpistas que levaram à invasão dos prédios dos 3 Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro.
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