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'Tem que respeitar o resultado da urna', diz comandante militar do Sudeste

Do UOL, em São Paulo

20/01/2023 18h38Atualizada em 20/01/2023 19h17

A fala do General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste, ocorreu na quarta-feira durante uma cerimônia no QGI (Quartel-General Integrado), na cidade de São Paulo.

O evento foi realizado em homenagem aos militares mortos em 12 de janeiro de 2010 durante um terremoto no Haiti, que integravam o 11º contingente da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH).

Hierarquia. Sem citar diretamente o nome do presidente Lula (PT), o comandante disse que "não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito".

Respeito às urnas. Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva disse também que a "democracia pressupõe liberdade, garantias individuais [...] e alternância do poder", devendo a instituição e seus membros "respeitar o resultado da urna [...] mesmo que a gente não goste".

Nesta sexta-feira, o presidente Lula (PT) teve uma reunião com os comandantes das Forças Armadas. Após o encontro, o ministro da Defesa, José Múcio, falou com jornalistas e disse que se algum militar participou dos atos golpistas de 8 de janeiro, vai responder individualmente, mas que as corporações não tiveram envolvimento direto.

Leia trechos da fala do comandante militar do Sudeste

Então, ser militar é isso. É ser profissional. É respeitar a hierarquia e disciplina. É ser coeso. É ser íntegro. É ter espírito de corpo. É defender a pátria. É ser uma instituição de Estado. Apolítica, apartidária. Não interessa quem está no comando: a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito. Isso é ser militar. É não ter corrente."

Então, essa é a mensagem que eu tenho e que eu quero trazer para vocês. No que pese turbilhão, terremotos, tsunamis, nós vamos continuar ímpetos, coesos, respeitosos e garantindo a nossa democracia. Porque democracia pressupõe liberdade, garantias individuais, políticas públicas e, também, é o regime do povo, alternância do poder. É o voto."

E quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É isso que se faz. Essa é a convicção que a gente tem que ter. Mesmo que a gente não goste. Nem sempre a gente gosta. Nem sempre é o que a gente queria. Não interessa. Esse é o papel de quem é instituição de Estado. Instituição que respeita os valores da pátria, como de Estado."