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Dino diz ver crime de genocídio contra yanomamis em Roraima

Crianças Yanomami desnutridas pela inação do governo e a ação de garimpeiros - Urihi Associação Yanomami/Sumaúma Jornalismo
Crianças Yanomami desnutridas pela inação do governo e a ação de garimpeiros Imagem: Urihi Associação Yanomami/Sumaúma Jornalismo

Vinícius Nunes

Colaboração para o UOL, em Brasília

23/01/2023 17h27Atualizada em 23/01/2023 20h06

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), pediu hoje (23) que a Polícia Federal abra investigações em Roraima para apurar a situação que levou à morte de mais de 500 crianças indígenas da etnia yanomami.

Ele afirma que há indícios dos crimes de:

  • Genocídio
  • Omissão de socorro
  • Peculato
  • Desvio de verba pública
  • Contra o meio ambiente

A suspeita é, segundo o ministro, que os recursos público federais destinados a saúde não estariam sendo corretamente empregados na região amazônica.

A Polícia Federal vai atuar nesta apuração a partir dessa semana porque é óbvio que nós precisamos de uma resposta enfática à gravidade dessa situação posta no território brasileiro" Flávio Dino

Para o ministro, é "inegável" que há crime de genocídio do povo yanomami. As ações do Ministério da Justiça também serão a luta contra os garimpos na região. "Garimpo ilegal é o ensejador desse crime contra a humanidade", disse.

Dino participou nesta segunda-feira (23) de evento do lançamento Programa de Atenção e Aceleração de Políticas de Refúgio para Pessoas Afrodescendentes. O grupo focará os trabalhos em pessoas originárias da África, além do Haiti e Cuba. A presidente do Conare, Sheila de Carvalho, é quem comanda o time.

Segundo ela, o Brasil precisa de políticas públicas para acolher e proteger os imigrantes que chegam ao Brasil. "A ideia de lançar esse programa é saber que há problemas estruturais na sociedade brasileira. Temos a maior fila da história na lista de refúgios, temos o desafio de estabelecer um política de estado que possa oferecer acolhimento humanitário", disse Sheila.

O projeto leva o nome de Moïse Kabagambe, congolês assassinado em 24 de janeiro do ano passado, no Rio de Janeiro.

Estavam presentes no evento:

  • Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública;
  • Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial;
  • Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça;
  • Marivaldo Pereira, secretário de Acesso à Justiça;
  • Rita Cristina de Oliveira, secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos;
  • Davide Torzilli, representante da Agência da ONU para Refugiados no Brasil e;
  • Lotsove Lolo Lay Yvone, mãe de Moïse Kabagambe.