Dino diz ver crime de genocídio contra yanomamis em Roraima
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), pediu hoje (23) que a Polícia Federal abra investigações em Roraima para apurar a situação que levou à morte de mais de 500 crianças indígenas da etnia yanomami.
Ele afirma que há indícios dos crimes de:
- Genocídio
- Omissão de socorro
- Peculato
- Desvio de verba pública
- Contra o meio ambiente
A suspeita é, segundo o ministro, que os recursos público federais destinados a saúde não estariam sendo corretamente empregados na região amazônica.
A Polícia Federal vai atuar nesta apuração a partir dessa semana porque é óbvio que nós precisamos de uma resposta enfática à gravidade dessa situação posta no território brasileiro" Flávio Dino
Para o ministro, é "inegável" que há crime de genocídio do povo yanomami. As ações do Ministério da Justiça também serão a luta contra os garimpos na região. "Garimpo ilegal é o ensejador desse crime contra a humanidade", disse.
Dino participou nesta segunda-feira (23) de evento do lançamento Programa de Atenção e Aceleração de Políticas de Refúgio para Pessoas Afrodescendentes. O grupo focará os trabalhos em pessoas originárias da África, além do Haiti e Cuba. A presidente do Conare, Sheila de Carvalho, é quem comanda o time.
Segundo ela, o Brasil precisa de políticas públicas para acolher e proteger os imigrantes que chegam ao Brasil. "A ideia de lançar esse programa é saber que há problemas estruturais na sociedade brasileira. Temos a maior fila da história na lista de refúgios, temos o desafio de estabelecer um política de estado que possa oferecer acolhimento humanitário", disse Sheila.
O projeto leva o nome de Moïse Kabagambe, congolês assassinado em 24 de janeiro do ano passado, no Rio de Janeiro.
Estavam presentes no evento:
- Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública;
- Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial;
- Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça;
- Marivaldo Pereira, secretário de Acesso à Justiça;
- Rita Cristina de Oliveira, secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos;
- Davide Torzilli, representante da Agência da ONU para Refugiados no Brasil e;
- Lotsove Lolo Lay Yvone, mãe de Moïse Kabagambe.
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