Com governadores, Lula fala em comportamento civilizado e BNDES em obras
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu hoje com todos os governadores e governadoras dos 26 estados da federação, mais o Distrito Federal. Lula falou em manter uma "nova relação" e "comportamento civilizado" com os chefes de cada estado, além de colocar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar obras em todo o país.
Na reunião, Lula destacou que:
- É preciso recuperar a "normalidade democrática e a paz no país", além de "mostrar aos brasileiros que a disseminação do ódio acabou para que o país possa dar certo";
- Garantiu que manterá uma gestão de diálogo e parceria com todos os governadores, independentemente de ser aliado ou não;
- Falou em colocar o BNDES para emprestar dinheiro aos estados para a realização de "obras que são consideradas inevitáveis";
- Destacou que o Banco do Nordeste deve voltar a emprestar dinheiro aos governadores que estão com as contas equilibradas.
Essa reunião é para estabelecer uma nova relação entre os entes federados, fazer com que o país volte a normalidade em que conversar não é proibido, reivindicar não é proibido, se queixar não e proibido. Não tem sentido um presidente visitar o estado e não visitar o governador porque pertence a partido diferente."
Portas abertas. Lula afirmou que as portas do Palácio do Planalto estarão abertas para todos os governadores e governadores que queiram conversar com o governo federal. Foi uma promessa de campanha do petista se reunir com frequência com os governadores.
Não há da parte do governo nenhum veto a qualquer companheiro que queira conversar. A porta desse Palácio estará aberta a todo governador e governadora que queira discutir demandas com o governo federal, governar de forma civilizada é importante para que a gente possa reencontrar a paz nesse país, precisamos garantir aos brasileiros que a disseminação do ódio acabou.
BNDES deve emprestar dinheiro aos estados. Conforme o petista, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem o dever de auxiliar os governadores na realização de obras essenciais para cada estado.
Pretendo que o BNDES volte a ser um banco de desenvolvimento e empreste dinheiro para que os governadores possam concluir obras que são inevitáveis para o estado. É esse o papel do BNDES, que voltará a ser um banco de desenvolvimento. O dinheiro que o BNDES captar deve ser repartido para investimentos com pequenas, médias empresas, governadores e prefeitos.
Banco do Nordeste. Lula falou que é preciso fazer com que a instituição "volte a emprestar dinheiro para os governadores" caso eles estejam com as contas equilibradas e possa fazer dívidas.
Obviamente que se não estiver com as contas equilibradas vamos ter que encontrar um jeito de ajudar a pagar as dívidas.
Carta de Brasília: leia documento final da reunião
Em reunião realizada hoje, 27 de janeiro de 2023, entre os vinte e sete Governadores e Governadoras dos Estados e do Distrito Federal com o Presidente da República, reafirmamos nosso compromisso com o estado democrático de direito e com a estabilidade institucional e social do país.
A democracia é um valor inegociável. Somente por meio do diálogo que ela favorece poderemos priorizar um crescimento econômico com redução das nossas desigualdades e das mazelas sociais que hoje impõem sofrimento e desesperança para uma parcela significativa da população brasileira.
O encontro de hoje ratificou o desejo de todos para que o pacto federativo funcione em um ambiente cooperativo e eficiente para superarmos os entraves econômicos e para lidarmos com as grandes necessidades do povo brasileiro.
Por meio dos Consórcios Públicos, buscaremos resgatar as ferramentas de políticas públicas que facilitem uma gestão compartilhada dos recursos públicos entre a União, Estados e municípios, e que favoreçam o desenvolvimento regional.
Juntos criaremos um Conselho da Federação. Nele terão assento representantes da União, dos Estados e dos municípios visando definir uma agenda permanente de diálogo e pactuação em torno de temas definidos como prioritários pelos entes federados.
Todos os nossos esforços serão orientados pela agenda do desenvolvimento para superarmos o desemprego, a inflação, a fome e a pobreza em uma agenda integrada e negociada permanentemente.
Brasília, 27 de janeiro de 2023.
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