Marinho tenta se afastar do bolsonarismo radical e fala sobre democracia
Durante o anúncio de sua candidatura à presidência do Senado, o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) tentou se distanciar do bolsonarismo radical e fez um discurso citando a defesa da democracia.
A estratégia do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) consiste em tentar reduzir os danos causados à sua campanha pelas invasões golpistas de 8 de janeiro, que arranharam a imagem dos políticos ligados ao ex-presidente.
"Todos nós repudiamos a barbárie, a depredação", disse Marinho ao lado de lideranças do PL, do PP e também do Republicanos. "Nós respeitamos a lei e a Constituição."
O evento foi realizado na manhã de hoje, na sede do PL, em Brasília. Participaram da cerimônia, liderada pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, diversos ex-ministros de Bolsonaro, como Marcos Pontes (Republicanos-SP), Tereza Cristina (PP-MS), Ciro Nogueira (PP-PI), Damares Alves (Republicanos-DF) e Ricardo Salles (PL-SP).
As expectativas de como as forças políticas iriam se comportar no Congresso após a eleição de 2022 mudaram significativamente depois de 8 de janeiro. Os ataques às sedes dos Poderes em Brasília fizeram a ruidosa aliança bolsonarista perder força e aproximaram a nova base governista do centro.
Tenho enorme preocupação quando nós assistimos a agressões feitas à democracia e ao Estado de direito em nome da democracia. Quando isso acontece e é banalizado, normalizado, evidente que há um desequilíbrio no Estado de direito do nosso país
Rogério Marinho
No dia 1º de fevereiro, o Congresso Nacional retoma seus trabalhos e serão eleitos os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado. Ministro do Desenvolvimento Regional de Bolsonaro, Marinho disputará a presidência do Senado com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que figura como favorito atualmente. Aliados de Pacheco acreditam que o atual presidente tenha entre 55 e 60 votos —são necessários 41 para se eleger.
No anúncio deste sábado, Marinho disse ser um contraponto ao atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que quer defender o legado dos últimos anos, mas que esse legado "não pertence a esse governo que se encerrou, pertence ao povo brasileiro".
"A candidatura pretende resgatar altivez, importância, pertinência dessa Casa tão decisiva nos destinos políticos do nosso país há centenas de anos", disse Marinho. Uma das críticas feitas por adversários de Pacheco é que o Senado teve pouco protagonismo nos últimos anos.
A formação do bloco PL, Republicanos e PP foi anunciada ao longo da semana. As três siglas têm 23 representantes no Senado.
Estragos
Com a posse dos novos parlamentares marcada para o dia 1º de fevereiro, o Congresso faz uma força-tarefa para recuperar os estragos de infraestrutura causados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
Substituição de vidros quebrados, troca de carpete e a revitalização de gabinetes têm sido o foco da reforma. A cerimônia e a eleição da Mesa Diretora da Câmara e do Senado marcam o início da nova legislatura e a expectativa do atual comando de ambas as Casas é que a formalidade reforce o processo democrático, sem alteração no tradicional roteiro do evento.
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