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Acusação de Do Val era o que faltava para indiciar Bolsonaro, diz Randolfe

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL, em Maceió

02/02/2023 10h03

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) classificou como "muito grave" a acusação feita pelo senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES), de que Jair Bolsonaro (PL) o teria coagido para aplicar um golpe de estado, e afirmou que isso era o que faltava para indiciar o ex-presidente "por atentar contra o Estado".

Randolfe, que é líder do governo do presidente Lula (PT) no Congresso Nacional, afirmou que vai pedir para que seja recolhido depoimento de Do Val no inquérito dos atos antidemocráticos, em curso no STF (Supremo Tribunal Federal).

O que Marcos do Val falou?

  • Em vídeo nas redes sociais, o senador, um dos principais aliados de Jair Bolsonaro no Congresso, afirmou que, após a derrota, o ex-presidente arquitetou uma forma de dar um golpe para continuar no poder;
  • A tentativa de ruptura institucional teria partido de Bolsonaro e do então deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) durante uma reunião m 9 de dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada;
  • Do Val afirma que denunciou a trama e alertou o ministro do STF Alexandre de Moraes, uma das vítimas da suposta artimanha bolsonarista;
  • A ideia era que alguém da confiança de Bolsonaro se aproximasse de Moraes para captar algo comprometedor para prender o ministro e impedir a posse de Lula;
  • O senador entregou a revista Veja mensagens que comprovariam suas acusações;
  • Segundo a revista, Do Val chamou a estratégia de "uma ação esdrúxula, imoral e até criminal;
  • Após as revelações, Marcos do Val sinalizou que pretende se afastar de suas funções como senador da República.

Perdi a convivência com a minha família, em especial com minha filha. Não adianta ser transparente, honesto e lutar por um Brasil melhor, sem os ataques e as ofensas que seguem da mesma forma. Nos próximos dias, darei entrada no pedido de afastamento do senado e voltarei para a minha carreira nos EUA."

Segundo Do Val, ele chegou a sofrer um princípio de infarto e os ataques que ele tem sofrido afetam também seus parentes.

Nada existe de grandioso sem paixão. Essa paixão não estou tendo mais em mim. As ofensas que tenho vivenciado, estão sendo muito pesado para a minha família."

Marcos do Val foi eleito em 2018, com 24,08% dos votos capixabas. Na época, o então candidato do PPS (hoje Cidadania) ficou em segundo lugar, derrotando Magno Malta (PL), aliado de Jair Bolsonaro no Espírito Santo.