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Bebê yanomami com quadro de desnutrição e desidratação morre em Roraima

Criança yanomami internada com desnutrição em hospital de Boa Vista - Lalo de Almeida/Folhapress
Criança yanomami internada com desnutrição em hospital de Boa Vista Imagem: Lalo de Almeida/Folhapress

Do UOL*, em Brasília

05/02/2023 17h29Atualizada em 05/02/2023 20h15

Um bebê de 1 ano e 5 meses morreu hoje (5) em Surucucu, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, vítima de um quadro grave de desnutrição e desidratação.

Mau tempo ontem impediu viagem para tratamento em Boa Vista. O bebê precisava ser transferido para a capital de RR, devido à gravidade de seu caso, porém a decolagem não foi autorizada.

A informação foi divulgada por Júnior Hekurari e confirmada pelo Ministério da Saúde. Hekurari é presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'Kuana (Codisi-YY), uma das principais lideranças da região de Surucucu, no extremo oeste do estado e perto da fronteira com a Venezuela.

Surucucu é uma região de referência para atendimentos de saúde dos yanomamis. Lá os indígenas recebem auxílio de profissionais na unidade de saúde.

Afetados pela presença do garimpo ilegal em suas terras, o grupo yanomami tem sofrido com casos de desnutrição e doenças como malária e pneumonia.

Nos últimos quatro anos, foram registradas cerca de 570 mortes de crianças no território.

Garimpeiros estão deixando a terra Yanomami após bloqueio aéreo, disse ontem a ministra dos Povos Originários, Sonia Guajajara. O governo federal disse ter informações de inteligência sobre um fluxo relevante de garimpeiros que estão deixando o local.

Temos essa informação de que muitos garimpeiros estão saindo. É bom que saiam, assim a gente diminui a operação que vai ser feita. Se eles saem sem precisar da força policial, é melhor para todo mundo.
Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas

A movimentação ocorre após o presidente Lula ter decretado o bloqueio aéreo da região, inviabilizando a logística do garimpo. Guajajara faz hoje uma nova visita a Roraima para acompanhar a situação dos yanomamis, que vivem uma crise de emergência sanitária.

*Com informações da Agência Brasil.