Parlamentares indicaram R$ 96 mi a municípios da Terra Yanomami, diz site
Entre 2020 e 2022, R$ 96,3 milhões do orçamento secreto foram destinados a municípios da Terra Índígena Yanomami, em Roraima. Um levantamento foi apontado pelo portal Metrópoles nesta segunda-feira.
Deputados e senadores teriam reservado os recursos às prefeituras de Alto Alegre, Amajari, Caracaraí e Iracema. O levantamento não traz quanto desse valor foi efetivamente pago.
O orçamento secreto foi considerado inconstitucional pelo STF pelos problemas de transparência que o modelo de emendas tinha.
Este termo foi popularizado após o jornal O Estado de S.Paulo identificar que as emendas de relator-geral 9, ou RP-9, eram distribuídas a políticos como moeda de troca, sem critérios técnicos, pelo relator-geral da Comissão Mista de Orçamento do Congresso. Entenda as suspeitas envolvendo o esquema.
A Terra Yanomami tem sido alvo de operações de órgãos públicos, como o Ibama e Polícia Federal, após casos de desnutrição grave entre indígenas serem divulgados. A maior ameaça a vida dessa população é a expansão do garimpo.
Quem são os parlamentares que destinaram recursos?
Segundo o Metrópoles, os seguintes deputados federais e senadores de Roraima utilizaram verba do orçamento secreto para cidades na TI Yanomami —a maioria dos deputados não foi reeleito para novo mandato:
- deputado Jhonatan de Jesus (Republicanos)
- ex-deputado Haroldo Catedral (PSD)
- ex-deputado Hiran Gonçalves (PP)
- ex-deputado Édio Lopes (PL)
- ex-deputado Ottaci Nascimento (Solidariedade)
- ex-deputado Renato Queiroz (PSD)
- ex-deputada Shéridan (PSDB)
- senador Chico Rodrigues (PSB)
- senador Mecias de Jesus (Republicanos)
O líder em indicações foi Jhonatan de Jesus, que teria enviado, no total, R$ 37 milhões —R$ 18 milhões para Mucajaí, R$ 8 milhões para Alto Alegre e Caracaraí, e R$ 3 milhões para Iracema.
O UOL busca o contato dos políticos citados e das prefeituras. O espaço está aberto para manifestações dos citados.
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