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Mourão defende golpistas e diz que vai pedir que STF 'separe joio do trigo'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/02/2023 13h04

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse que vai se reunir com a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, para pedir à ministra que acelere os processos contra os presos por participação nos atos de vandalismo que depredaram as sedes dos Poderes da República em 8 de janeiro.

Ao UOL Entrevista, Mourão afirmou estar "preocupado" e que é preciso "separar o joio do trigo", porque, segundo ele, muitos dos que estão detidos não teriam depredado o patrimônio público.

"Consideramos que tem muita gente que está ali que cometeu, vamos dizer assim, não é nem crime, cometeu ilegalidade, por exemplo, participou da marcha, entrou no Palácio [do Planalto], mas não quebrou nada", iniciou.

"Vamos pedir para agilizar os processos dessas pessoas, separar o joio do trigo, e essas pessoas que paguem multa, cestas básicas, paguem serviços comunitários, para pessoas que invadiram o patrimônio público, mas não quebraram", completou.

Hamilton Mourão também afirmou que participar de um ato inconstitucional não "se configura crime", e comparou com uma pessoa que pula o muro de um clube porque não tem carteirinha.

"O fato de está presente não configura crime, mas uma ilegalidade, igual pular o clube sem carteirinha."

Mourão: Não falei mais com Bolsonaro, última vez foi pelo WhatsApp em 2022

No UOL Entrevista, o ex-vice-presidente afirmou que não mantém mais contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e que a última vez que eles se comunicaram foi no final de 2022, por mensagens trocadas no WhatsApp, quando o então chefe do Executivo abandonou o país e foi para os Estados Unidos.

Não, não falamos mais. O último contato que eu tive [com o ex-presidente] foi quando ele estava indo para o aeroporto. Ele me mandou uma mensagem no WhatsApp, me pedindo para assinar uns decretos —e depois eu fui execrado, porque assinei, mas assinei, dentro da lealdade que caracteriza, não é?"

Hamilton Mourão também disse que é "possível" que Jair Bolsonaro seja preso por possíveis crimes que tenha cometido em seu governo, devido aos vários inquéritos que tramitam contra ele na Justiça. Porém, o parlamentar ressaltou que isso seja "pouco provável" de acontecer.

Mourão: Seria banho de sangue se PM entrasse em acampamento no DF em 8/1

Hamilton Mourão também destacou que, caso o Exército tivesse permitido a entrada da Polícia Militar no acampamento golpista na noite de 8 de janeiro, após os vândalos bolsonaristas terem depredado as sedes dos Três Poderes, teria ocorrido um "banho de sangue".

Em relação a impedir a entrada naquela noite, em 8 de janeiro, seria um banho de sangue, por uma razão muito simples: As forças da segurança pública estavam com os olhos injetados. Por quê? Porque durante a arruaça que aconteceu, houveram (sic) agressões a policiais militares, então a turma queria revidar."

Na noite de 8/1, após as cenas de terrorismo praticadas por bolsonaristas em Brasília, a Polícia Militar do Distrito Federal foi desmantelar o acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército na capital, mas os soldados fizeram uma barreira para impedir a ação dos policiais. Os golpistas foram dispersados na segunda (9/1).

Veja a entrevista na íntegra: