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Zelensky convida Lula para ir a Kiev; petista quer falar com China e Rússia

Lula teve reunião com Zelensky sobre guerra na Ucrânia - Planalto
Lula teve reunião com Zelensky sobre guerra na Ucrânia Imagem: Planalto

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

02/03/2023 15h42Atualizada em 02/03/2023 19h16

Durante a conversa, o petista destacou a importância de os países do G-20 —que reúne as maiores economias do mundo— começarem a pensar em como ajudar no fim do conflito promovido pela Rússia no leste europeu.

O que aconteceu

  • Zelensky lembrou que Lula já esteve em seu país por duas vezes, e convidou Lula para uma visita a Kiev. O petista manifestou disposição em atender o convite, segundo o Palácio do Planalto.
  • Lula ressaltou que "o Brasil defende a integridade territorial da Ucrânia". Citou conversas com líderes da França, Alemanha e EUA nesse sentido e sua disposição de falar igualmente com China e Rússia.
  • "É urgente que nações que não estejam envolvidas na guerra assumam o papel de encaminhar negociações para o restabelecimento da harmonia entre Rússia e Ucrânia", afirmou Lula a Volodymyr Zelensky, segundo apurou o UOL.
  • A criação de uma força-tarefa internacional para negociar a paz tem sido uma das bandeiras de Lula no cenário externo; o grupo tem sido chamado de "clube da paz". O ucraniano apresentou queixas sobre questões humanitárias provocadas pela guerra e destacou a importância do Brasil como mediador.

Tive uma reunião por vídeo agora com o presidente da Ucrânia, Zelensky. Reafirmei o desejo do Brasil de conversar com outros países e participar de qualquer iniciativa em torno da construção da paz e do diálogo. A guerra não pode interessar a ninguém."
Lula, em publicação no Twitter

Telefonei para o presidente Lula. Obrigado por apoiar nossa resolução nas Nações Unidas. Destacamos a importância de defender o princípio da soberania e integridade territorial dos Estados. Também discutimos os esforços diplomáticos para trazer a paz de volta à :ucrânia: e ao mundo."
Zelensky, no Twitter

Mais cedo, em entrevista ao colunista do UOL Reinaldo Azevedo na rádio BandNews FM, o petista havia criticado o papel desempenhado pelo governo dos Estados Unidos no conflito.

É preciso criar um grupo de países que se disponha a discutir tanto com o presidente da Ucrânia quanto com o presidente da Rússia o estabelecimento da paz. A Europa está financiando a guerra, está colocando dinheiro todo dia, os Estados Unidos anunciando dinheiro todo dia. Não tem ninguém falando em paz. Então, o Brasil está se colocando para se discutir paz, a gente quer juntar a China."
Lula em entrevista

Discussões sobre a paz

Antes do diálogo por vídeo, o representante da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, havia dito que o país não aceitaria proposta de paz "a qualquer custo". Para ele, um eventual acordo com a Rússia depende da saída das tropas do Kremlin, sede do governo russo, do território ucraniano.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, afirma que o governo de Vladimir Putin recebeu a proposta de paz na Ucrânia enviada por Lula em fevereiro. "Estamos examinando as iniciativas do ponto de vista da política equilibrada do Brasil", disse neste mês.

Para o Ocidente e Kiev se sentarem à mesa de negociações, eles devem primeiro parar de bombardear as cidades russas e abaixar as armas. Estamos prontos para atingir os nossos objetivos, de proteção dos habitantes do Donbass, de desmilitarização e desnazificação da Ucrânia."
Galuzin, ao site do Ministério da Defesa russo

A proposta de Lula foi feita inicialmente ao premiê alemão, Olaf Scholz, em Brasília. Em seguida, o petista apresentou o plano a Joe Biden em visita à Casa Branca.

A medida prevê uma tentativa de solução do conflito por meio de um "clube de paz" que inclua países como Índia e China. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, deve abordar o tema em Nova Déli (Índia), onde tem nesta semana reuniões com diplomatas russos, chineses e indianos.