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Ex-ministro muda versão sobre recebimento de joias envolvendo Bolsonaro

11.ago.2021 - O ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, durante discurso - Adriano Machado/Reuters
11.ago.2021 - O ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, durante discurso Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

04/03/2023 00h15Atualizada em 04/03/2023 12h51

O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque mudou de versão sobre a apreensão feita pela Receita Federal das joias que o governo Jair Bolsonaro (PL) tentou trazer de forma ilegal para o Brasil para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Em entrevista ao jornal O Globo, Albuquerque afirmou que as joias, avaliadas em 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões), foram "devidamente incorporadas ao acervo oficial brasileiro". As joias teriam sido um presente do governo da Arábia Saudita à então primeira-dama.

O governo brasileiro poderia ter recebido as joias como um presente oficial, o que não é ilegal. Mas, neste caso, os bens ficariam para o Estado, e não com a família Bolsonaro.

Neste sábado, Jair Bolsonaro negou que tenha agido para fazer com que as joias entrassem ilegalmente. "Não pedi, nem recebi", disse à CNN Brasil.

Em nota publicada neste sábado pela assessoria de Albuquerque, o ex-ministro afirmou que "tratavam-se de presentes institucionais destinados à Representação brasileira integrada por Comitiva do Ministério de Minas e Energia - portanto, do Estado brasileiro; e que, em decorrência, o Ministério de Minas e Energia adotaria as medidas cabíveis para o correto e legal encaminhamento do acervo recebido".

O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo, que ouviu Albuquerque antes. Ao Estadão, o ex-ministro de Minas e Energia admitiu que trouxe a encomenda para Michelle, mas alegou não saber o que tinha dentro, porque o pacote estava fechado.

Segundo o Estadão, na ocasião em que as joias foram retiradas, Bento Albuquerque quis usar de seu cargo para liberar os diamantes. A cena teria sido gravada por câmeras de segurança do aeroporto.

Na rápida entrevista que concedeu ao jornal O Globo, Albuquerque disse ainda que enviou uma carta ao príncipe saudita "dizendo que os presentes, devido a seu valor material, foram devidamente incorporados ao acervo oficial brasileiro, de acordo com a legislação nacional e o código de conduta da administração pública".