Posse de ministro no TCU reúne aliados de Bolsonaro e ministros de Lula
A posse do novo ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), Jhonatan de Jesus, reuniu na sede do tribunal aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Jhonatan assume a cadeira deixada pela aposentadoria da ministra Ana Arraes e participará da sessão que discutirá o destino das joias da Arábia Saudita recebidas por Bolsonaro.
Como mostrou o colunista do UOL Chico Alves, Jhonatan é tido como simpatizante do ex-presidente e deve se aliar à ala mais próxima de Bolsonaro no tribunal. O ministro também é visto como um dos parlamentares que colocam obstáculos à estabilidade dos povos indígenas em Roraima.
A indicação de Jhonatan de Jesus teve apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a quem Jhonatan chamou de "querido amigo" ao assumir o cargo.
"A porta do meu gabinete está aberta a todos os membros do Congresso Nacional", afirmou Jhonatan de Jesus no discurso de posse. "Venho de muito longe, conheço a realidade que passam os nossos gestores".
Entre os aliados de Bolsonaro, estavam na plateia um dos filhos do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI).
A cerimônia, por outro lado, também reuniu ministros do governo Lula. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se sentou na mesa de autoridades, enquanto o ministro Márcio França (Portos e Aeroportos) esteve nas cadeiras destinadas a ministros do Executivo e do Judiciário.
Com 39 anos de idade, Jhonatan de Jesus poderá ficar no cargo por três décadas até completar os 75 anos, idade em que os ministros são aposentados compulsoriamente. A entrada do ministro também faz o TCU ter uma composição completamente masculina —todos os nove integrantes são homens.
TCU decide hoje o futuro das joias com Bolsonaro. A expectativa é que o tribunal determine a devolução dos bens e defina qual órgão ficará responsável pela guarda até uma decisão final da Corte.
O conjunto é composto por um relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha (espécie de rosário islâmico) rosa gold —todos os itens pertencem à marca de luxo suíça Chopard.
Integrantes do TCU consultados reservadamente pelo UOL avaliam que o tribunal não tem condições de guardar as joias. Entre as opções de destino, estão a Receita Federal, a Presidência da República ou a própria Polícia Federal, que poderia conduzir uma perícia no acervo.
O caso das joias tem sido acompanhado de perto por uma ala do tribunal, que defende rever a decisão do ministro Augusto Nardes para obrigar Bolsonaro a entregar o acervo. No último dia 9, Nardes proibiu o ex-presidente de vender ou usar as joias, mas permitiu que elas continuassem sob sua posse.
A medida foi considerada "leve" por procuradores, que apontam precedentes da Corte para a devolução dos adornos.
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