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Moro virou alvo do PCC por decisão que impediu visita íntima, diz promotor

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/03/2023 09h36Atualizada em 23/03/2023 10h40

O senador Sergio Moro se tornou alvo do PCC após proibir visitas íntimas aos presos no sistema penitenciário federal, segundo o promotor Lincoln Gakiya.

Moro é alvo destes criminosos por conta da portaria que ele baixou proibindo as visitas íntimas no sistema penitenciário federal. Isso realmente desagradou esses criminosos, não só do PCC, mas de todas as facções."
Lincoln Gakiya, promotor de Justiça

Assim como Moro, Gakiya também estava na mira do plano traçado por facções criminosas para atacar servidores públicos e autoridades e frustrado pela Polícia Federal.

No UOL News de hoje, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya forneceu alguns detalhes do plano dos criminosos, criticou o uso político da operação policial por conta da repercussão da fala de Lula de "F... esse Moro" enquanto esteve preso em Curitiba.

Embora o plano em si tenha sido descoberto em janeiro deste ano, os documentos e informações das investigações dão conta de que o plano está em andamento desde agosto de 2022, portanto no governo anterior. Não há motivo para dizer que foi algo engendrado pelo governo atual ou algo parecido. Infelizmente, estão fazendo uso político de uma operação de sucesso."
Lincoln Gakiya, promotor de Justiça

Promotor alvo do PCC: Ataque a autoridades era plano B em resgate a Marcola

Lincoln Gakiya revelou que o ataque a autoridades orquestrado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), que tinha ele mesmo e o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) como alvos, era um 'plano B'. A primeira opção era resgatar Marcola, líder da facção criminosa.

O plano não era só contra Sergio Moro e a mim. Em 2019, o PCC já havia determinado que a prioridade era tentar o resgate do Marcola. Eles determinaram isso como 'plano A' e o denominaram com 'STF'. O 'plano B' era o 'STJ'. Se o resgate do Marcola não tivesse sucesso, era para desencadear o 'plano B', que eram ataques a agentes públicos e sequestro de autoridades para forçar o governo a devolver Marcola para o sistema penitenciário paulista."
Lincoln Gakiya, promotor de Justiça

Josias: Moro foi salvo do PCC porque autoridades fizeram oposto do que ele defende

Josias de Souza criticou o discurso feito por Sergio Moro no Senado ontem. O colunista do UOL lamentou que o parlamentar tenha pregado o uso da força no combate ao crime organizado, quando o sistema de inteligência dos órgãos de segurança mostrou-se eficiente ao frustrar os ataques do PCC a autoridades.

Moro foi salvo pelo setor de inteligência, mas subiu à tribuna do Senado para defender o uso da força. Ele teve a primeira oportunidade para exibir alguma serventia como parlamentar e se revelou inútil. Moro não notou que a força se torna impotente quando falta método no combate ao crime organizado. No Senado, a sede de holofotes do Moro o leva a exagerar no autoelogio. Ele perdeu a oportunidade de perder uma oportunidade."
Josias de Souza, colunista do UOL

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