Saída de ministro não é desejável, mas não afeta relações, diz Pacheco
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), disse hoje que a saída do ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Gonçalves Dias, é algo "não desejável" para um começo de governo.
O que aconteceu
O ministro pediu demissão do governo Lula após aparecer em imagens do Palácio do Planalto dentro do prédio durante os atos golpistas de 8 de janeiro.
Para Pacheco, o caso deve ser investigado, principalmente se houver indício de participação ou leniência do general com os atos.
No entanto, ele ressaltou que a notícia não abala as relações entre Lula e o Congresso Nacional.
O fato precisa ser apurado e esclarecido, de acordo com o presidente do Senado.
Evidentemente que é algo não desejável se ter logo no começo do governo necessidade de uma demissão, de uma exoneração. Mas são coisas que acontecem na política.
Rodrigo Pacheco
Ele ressaltou que a demissão, por ora, não interfere na possibilidade de abertura de uma CPMI que investigue os atos golpistas.
Uma sessão para tratar do tema está marcada para o próximo dia 26.
No mesmo evento, Pacheco fez um apelo público hoje ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto, para que abaixe a taxa de juros no país.
O pedido de demissão:
O pedido de demissão de Dias foi apresentado ao presidente Lula após a divulgação do vídeo. O general foi chamado ontem para uma reunião com Lula, na qual foi decidida a sua saída.
O presidente vinha sendo pressionado por outros ministros a demitir Dias do comando do GSI. No entanto, Lula argumentava que o general — que foi seu ajudante de ordens nos governos anteriores — é alguém de sua estrita confiança.
A permanência de Dias se tornou insustentável com a divulgação do vídeo e a exploração do episódio pela oposição — reforçando a pressão pela CPI —, segundo auxiliares de Lula.
Dias disse que em 8 de janeiro chegou ao Palácio do Planalto quando os bolsonaristas já haviam rompido o bloqueio militar (leia abaixo). A declaração foi dada em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo. No início da tarde, o general faltou à audiência marcada hoje na Comissão de Segurança Pública da Câmara, após apresentar um atestado médico. O colegiado aprovou sua convocação para se explicar no dia 26.
*O repórter viajou a convite do grupo Lide
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