Topo

Saída de ministro não é desejável, mas não afeta relações, diz Pacheco

Do UOL, em Londres*

20/04/2023 08h55Atualizada em 20/04/2023 10h13

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), disse hoje que a saída do ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Gonçalves Dias, é algo "não desejável" para um começo de governo.

O que aconteceu

O ministro pediu demissão do governo Lula após aparecer em imagens do Palácio do Planalto dentro do prédio durante os atos golpistas de 8 de janeiro.

Para Pacheco, o caso deve ser investigado, principalmente se houver indício de participação ou leniência do general com os atos.

No entanto, ele ressaltou que a notícia não abala as relações entre Lula e o Congresso Nacional.

O fato precisa ser apurado e esclarecido, de acordo com o presidente do Senado.

Evidentemente que é algo não desejável se ter logo no começo do governo necessidade de uma demissão, de uma exoneração. Mas são coisas que acontecem na política.
Rodrigo Pacheco

Ele ressaltou que a demissão, por ora, não interfere na possibilidade de abertura de uma CPMI que investigue os atos golpistas.

Uma sessão para tratar do tema está marcada para o próximo dia 26.

No mesmo evento, Pacheco fez um apelo público hoje ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto, para que abaixe a taxa de juros no país.

O pedido de demissão:

O pedido de demissão de Dias foi apresentado ao presidente Lula após a divulgação do vídeo. O general foi chamado ontem para uma reunião com Lula, na qual foi decidida a sua saída.

O presidente vinha sendo pressionado por outros ministros a demitir Dias do comando do GSI. No entanto, Lula argumentava que o general — que foi seu ajudante de ordens nos governos anteriores — é alguém de sua estrita confiança.

A permanência de Dias se tornou insustentável com a divulgação do vídeo e a exploração do episódio pela oposição — reforçando a pressão pela CPI —, segundo auxiliares de Lula.

Dias disse que em 8 de janeiro chegou ao Palácio do Planalto quando os bolsonaristas já haviam rompido o bloqueio militar (leia abaixo). A declaração foi dada em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo. No início da tarde, o general faltou à audiência marcada hoje na Comissão de Segurança Pública da Câmara, após apresentar um atestado médico. O colegiado aprovou sua convocação para se explicar no dia 26.

*O repórter viajou a convite do grupo Lide