Lira elogia Galípolo, cutuca Judiciário e diz que meta é 'não retroceder'
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse hoje que a principal reforma a ser feita no Brasil é a de "não deixar retroceder". Em evento empresarial em Nova York, ele também elogiou a indicação de Gabriel Galípolo para a diretoria do Banco Central e criticou o que chamou de "falta de segurança jurídica" no país
O que aconteceu
O deputado afirmou que o "Congresso vai ter que brigar diariamente" para "não deixar retroceder tudo o que já foi aprovado" — e foi aplaudido pela plateia formada por empresários e políticos noo Brazil Investment Forum, promovido pelo grupo Lide nos Estados Unidos.
Em recado ao governo, Lira disse que "querer rediscutir reformas aprovadas há um ano ou dois no Congresso é um retrocesso". Numa referência à derrota sofrida pelo governo Lula (PT) após a Câmara derrubar parte dos decretos que alteravam as regras de saneamento, ele afirmou esperar que o Senado confirme a decisão.
Ele disse que a previsão é que a reforma tributária seja aprovada neste semestre, antes do recesso parlamentar. "Vamos fazer a reforma tributária possível. Se for mais dura, com mais transição, se for mais leve, com menos transição."
Entre as próximas metas ainda está a aprovação do arcabouço fiscal. "Entre hoje e amanhã o relator deve liberar o texto do arcabouço", disse. Ele prevê votação ainda em maio e pretende que o texto tenha aprovação de quase a unanimidade da Câmara.
Lira elogiou Gabriel Galípolo no BC, mas afirmou espera que sua aprovação pelo Senado "demore ainda um pouco". Para o deputado a saída imediata do atual secretário-executivo da Fazenda pode atrapalhar a negociação do arcabouço fiscal no Congresso. "Ele fará falta na economia, faz um bom trabalho junto com o ministro [Fernando] Haddad [PT] e tem sido importante na interlocução com o Congresso na discussão desses temas que nós estamos à beira das votações"
Depois de Lula cobrar pressão de seus ministros sobre deputados, Lira disse que a falha de articulação não deve ser individualizada. "Não é um ministro que vai resolver", disse Lira, para quem a sintonia entre o Congresso e o Executivo depende de o governo encontrar um "caminho mais atual". "Falta entender que o mundo não é o de 10, 15, 20 anos atrás."
Em uma cutucada no Judiciário, o presidente do Congresso ainda apontou que o país lida com falta de segurança jurídica. "E não é o Congresso que tem faltado [para que ela seja garantida]."
Ao citar o PL das Fake News, Lira disse que a votação deve ocorrer de forma fatiada — o projeto de lei teve votação adiada em mais uma derrota do governo. Segundo o deputado, a discussão do pagamento das big techs a empresas jornalísticas deve ser votada separadamente e as demais propostas — como imunidade parlamentar nas redes —, na sequência. Já sobre a reforma administrativa, afirmou que o texto está pronto e pediu apoio de políticos, de empresários e da imprensa.
Também participam do evento do Lide governadores como o do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL); do Paraná, Ratinho Jr. (PSD); de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil); e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB); além dos prefeitos do Rio, Eduardo Paes (MDB-RJ), e de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB-SP), e o ex-presidente Michel Temer (MDB).
*A jornalista viajou a Nova York a convite do grupo Lide.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.