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Militar e bolsonarista: quem é o tenente-coronel presidente da CPI do MST?

O deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) - Reprodução / Facebook
O deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) Imagem: Reprodução / Facebook

Colaboração para o UOL

22/05/2023 11h49Atualizada em 22/05/2023 17h48

Começou, na última quinta-feira (18), a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar invasões de terra e fontes de financiamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). O deputado tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) é o presidente da comissão.

Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e conservador, ele já chamou o MST de movimento "terrorista" e é suspeito de incentivo a atos antidemocráticos.

Quem é o tenente-coronel Zucco?

Nascido em 9 de março de 1974, na cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul, ele serviu 27 anos no Exército. É graduado em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras, além de ser mestre em Inteligência Estratégica, Especialista em Docência do Ensino Superior e possuir MBA executivo em Segurança Privada e Pública.

Tem como bandeira o conservadorismo e estreou na política em 2018, ao ser eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul. Conforme conta em seu próprio site, o convite veio de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão. Na ocasião, recebeu 166.747 votos.

Fez parte da equipe de transição de Bolsonaro. Além de ter participado ativamente da campanha eleitoral do ex-presidente em 2018, Zucco também fez parte daquela equipe de transição do governo federal.

É amigo de Tarcísio de Freitas. Zucco é próximo do atual governador de São Paulo há mais de 30 anos. Os dois se conheceram na Academia Militar das Agulhas Negras, a escola de ensino superior do Exército Brasileiro.

Foi eleito deputado federal pelo Rio Grande do Sul em 2022. No Congresso Nacional, os deputados federais são considerados os representantes do povo.

Chamou o MST de movimento "terrorista". Segundo o jornal Folha de S.Paulo, em "Fazuéle: De volta à Cena do Crime", seu livro recém-lançado, Zucco afirma que "invasões de terra viraram rotina" ao chamar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de "terrorista" e "grupo criminoso travestido de movimento social".

É suspeito de incentivo a atos antidemocráticos. Como consequência de publicações feitas nas redes sociais em 2022, o político foi alvo de uma notícia de fato levada ao Ministério Público sobre o suposto incentivo a atos democráticos no Rio Grande do Sul.

Criticou a PL das Fake News. Conforme publicado pela Agência Câmara de Notícia, o deputado criticou a PL das Fake News e falou em censura durante audiência. "Na prática, o governo vai poder suspender qualquer serviço de internet, sem ordem judicial. As plataformas, por medo de sanções e multas, vão passar a remover qualquer opinião controversa ou polêmica que não esteja alinhada à ideologia vigente. Como efeito colateral, as empresas de tecnologia que não compactuarem com as regras vão se retirar do Brasil", disse.

O que você precisa saber sobre a CPI do MST:

Começou na última quinta-feira (18), e terá duração inicial de 120 dias. Segundo o presidente da comissão, as sessões serão marcadas todas as terças, às 14h30, e quintas, às 9h30.

O deputado tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) é o presidente da comissão. A relatoria ficará com o deputado Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente no governo de Jair Bolsonaro (PL).

O deputado Kim Kataguiri (União-SP) ficará com a 1ª vice-presidência do colegiado, enquanto os deputados Delegado Fabio Costa (PP-AL) e Evair de Melo (PP-ES) ficarão com a segunda e a terceira vice-presidência, respectivamente.

Governistas temem que o andamento das CPIs atrapalhem a votação de propostas importantes para o Executivo, como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária.