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Primeira Turma do STF pode tornar Lira réu após Toffoli liberar recurso

Arthur Lira, presidente da Câmara - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Arthur Lira, presidente da Câmara Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

01/06/2023 10h25Atualizada em 01/06/2023 10h25

O ministro Dias Toffoli, do STF, liberou para julgamento um recurso da defesa de Arthur Lira (PP-AL) contra uma denúncia por corrupção passiva.

O que aconteceu:

O caso será analisado pela Primeira Turma da Corte. A data para a análise, porém, não foi definida.

Um novo parecer sobre o caso, apresentado pela PGR em abril deste ano, também deve ser analisado. A Procuradoria-Geral da República defendeu a rejeição de uma denúncia apresentada pelo próprio órgão contra o presidente da Câmara dos Deputados.

Para a PGR, apenas o relato de delatores não é suficiente para o recebimento de denúncia após as mudanças trazidas no pacote anticrime.

O julgamento do recurso estava paralisado desde 2020, quando Toffoli pediu vista. Naquela ocasião, o STF havia formado maioria para negar o recurso e tornar o deputado réu. O ministo, que agora integra a Segunda Turma, volta ao colegiado para o julgamento.

Qual foi a acusação?

Lira foi denunciado pela PGR em 2018 por supostamente receber R$ 106 mil em vantagens indevidas como deputado federal.

O repasse teria sido intermediado por Jaymerson Amorim, assessor parlamentar de Lira à época. A apreensão do dinheiro com Amorim ocorreu em fevereiro de 2012, quando ele tentou embarcar em um voo no Aeroporto de Congonhas transportando a quantia nas roupas e junto ao corpo.

O dinheiro seria uma contrapartida para garantir apoio a Francisco Carlos Caballero Colombo na presidência da Companhia Brasileira de Trens Urbanos. A Procuradoria-Geral concluiu que o dinheiro transportado pelo assessor consistia em um pagamento feito a Lira por Francisco Colombo, então presidente da estatal CBTU para se manter no cargo.

Lira foi acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O presidente da Câmara sempre negou as acusações e disse que não há provas que o liguem ao dinheiro vivo.

Em nota, o advogado Pierpaollo Bottini, que defende Lira, disse que existem "fatos novos que mostram a fragilidade da denúncia original".

Em 2019, a 1ª Turma do STF aceitou parcialmente a denúncia, mantendo somente a de corrupção. A peça da PGR incluía também o crime de lavagem de dinheiro, o que foi rejeitado pelos ministros do Supremo.