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A estudantes, Lula critica elite: 'Educação é investimento, não gasto'

Do UOL, em São Paulo

02/06/2023 12h09Atualizada em 02/06/2023 16h54

O presidente Lula (PT) criticou hoje a elite brasileira por definir, segundo ele, benefícios — como recursos voltados à educação — como "gastos", e não investimentos. Em discurso a estudantes da UFABC, o petista também voltou a alfinetar os juros de 13,75% — estipulados pelo Banco Central.

O que aconteceu

"Se a educação é a base de tudo, não podemos mais usar a palavra gasto. A palavra tem que ser investimento", disse Lula, antes de criticar a atual taxa de juros novamente.

"Gasto é a gente pagar 13,75% de juros para o sistema financeiro desse país. O restante é investimento", continuou.

O presidente participou da inauguração de um novo prédio na Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

Antes dele, o ministro da Educação, Camilo Santana, havia mencionado a criação de um pacto nacional para a alfabetização de crianças — a ser anunciado em junho. "Estamos planejando os investimentos futuros até o final de 2026 de toda a educação básica e superior no país."

Lula também chamou o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que foi ministro da Educação nas gestões do PT, para falar. "Essa pegadinha de me colocar na Fazenda depois da educação já rendeu frutos. Antes da posse, aprovamos a PEC da transição. Ano que vem a saúde e a educação vão reestabelecer o piso [constitucional]."

Antes do evento, no auditório, estudantes ergueram cartazes pediram isonomia entre os servidores do Executivo, a revogação do Novo Ensino Médio e a "saída" do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Também protestaram contra o arcabouço fiscal, proposta de uma nova regra fiscal para equilibrar as contas públicas.

O custo da nova estrutura da universidade no ABC é de R$ 28,5 milhões. O governo federal, por meio do orçamento da universidade, repassou R$ 13,6 milhões. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico (Finep) foi responsável por R$ 3,1 milhões.

Críticas e negociação

A visita de Lula ocorre após dias difíceis para o governo. Na quinta-feira (1º), o presidente foi criticado pela indicação de seu advogado Cristiano Zanin para a vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).

Na quarta (31), a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória de reestruturação da Esplanada dos Ministérios. Foram 337 votos a favor, 125 contrários e uma abstenção. A aprovação ocorreu depois de o governo negociar com deputados e ceder.

No início da semana, Lula recebeu líderes de países da América do Sul e defendeu a integração entre as nações. Antes, porém, Lula recebeu o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Brasília — e foi duramente criticado por dizer que há uma "narrativa" contra o país venezuelano. Maduro não visitava o Brasil desde 2015.