Mesmo com pressão do União, Lula mantém Daniela no Turismo ao menos até 5ª
O presidente Lula (PT) decidiu manter a ministra Daniela Carneiro (União Brasil) à frente do Ministério do Turismo ao menos até quinta-feira (15), quando haverá uma reunião ministerial no Planalto.
O que aconteceu
Lula convidou a ministra para uma reunião de emergência nesta manhã no Palácio do Planalto e decidiu mantê-la no cargo por enquanto. Ela foi acompanhada do marido, Waguinho (União Brasil), prefeito de Belford Roxo (RJ). Nesta tarde, Daniela vai à Câmara para uma audiência pública como ministra.
A decisão de substituí-la, porém, já foi tomada, segundo Tales Faria, colunista do UOL — quem deve assumir a pasta é o deputado Celso Sabino (União Brasil-PA). A permanência dela está assegurada pelo menos até quinta — quando está marcada a reunião de Lula com seus ministros.
No encontro de hoje, segundo o UOL apurou, Lula elogiou o trabalho de Daniela e reforçou a importância da parceria com Waguinho, mas disse que está construindo uma saída para um "problema concreto", que é o fato de o União Brasil querer rever a indicação de suas três pastas.
Depois de se reunir com Lula, a ministra disse nas redes sociais que apresentou ao presidente projetos e ações da pasta "para os próximos meses". "Seguimos juntos no trabalho para fortalecer o turismo como vetor de desenvolvimento econômico e social do nosso Brasil, disse.
A saída de Daniela é um pedido do próprio União Brasil, que já havia indicado Sabino para assumir a pasta. O pedido tem as bênçãos das lideranças do centrão, incluindo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas não garante apoio total do partido ao governo.
Deputada mais votada no Rio em 2022, ela foi uma das principais apoiadoras do petista no estado ao lado de Waguinho, político mais influente da Baixada Fluminense.
A situação de Daniela no governo está delicada desde que ela anunciou que queria deixar a legenda para se filiar ao Republicanos. O partido, que indicou ainda os nomes dos ministros das Comunicações e do Desenvolvimento Regional, passou a reivindicar a pasta.
Isso deixou o governo em uma sinuca de bico. De um lado, precisa dos votos do União Brasil na já delicada relação com o Congresso, onde não tem maioria; de outro, Daniela e Waguinho foram essenciais para uma melhora do PT no Rio, reduto bolsonarista.
Na semana passada, Waguinho veio a Brasília para conversar com Lula. Ele reafirmou o compromisso junto ao governo e cobrou a conta do apoio durante a eleição, algo que também tem feito publicamente.
O apoio do União
O partido não quis garantir apoio total no Congresso às pautas governistas. Entre os 59 deputados, há cerca de 20 já definidos como oposição. A decisão de manter o partido como independente à gestão petista dá a prerrogativa de haver dissidências das bancadas na Câmara e no Senado.
Ontem, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), negaram que haja planos de reforma ministerial.
Os dois desconversaram sobre mudanças em outros ministérios, mas não negaram que a saída da deputada pudesse ocorrer.
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