Governo avalia que isenção de visto a americanos não deu resultado esperado
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A isenção de vistos para turistas americanos termina nesta quarta-feira, e passageiros que embarcarem a partir da noite de hoje dos EUA ao Brasil terão de apresentar a nova documentação. Mas os dados mostram que a iniciativa que entrou em vigor no governo de Jair Bolsonaro não trouxe os resultados prometidos, na avaliação do governo Lula.
Além dos americanos, os turistas do Japão, Canadá e Austrália foram beneficiados pela iniciativa.
Com base nos registros de entrada da Polícia Federal, constata-se que os turistas desses países representavam 7,8% do fluxo de turistas estrangeiros no Brasil em 2018. Depois de dois anos de paralisia total por conta da pandemia, os números em 2021 subiram para 13,7%. Mas caíram para 10,7% em 2022 e 9,98% em 2023.
No ano passado, esse fluxo representava de novo 8,4% dos turistas.
Ao chegar ao poder, o governo Lula decidiu que iria retomar os vistos, já que não havia reciprocidade por parte de americanos e australianos. No caso do Japão, um acordo foi obtido.
Mesmo assim, a isenção foi estendidas dois anos pelo governo Lula, atendendo a reivindicações do setor e do Congresso, que afirmavam não ter havido tempo para que a isenção surtisse efeito.
Mas os números mostram que isenção não produziu os resultados prometidos e revelam que, sozinha, a medida não aumenta os fluxos de turismo.
Os resultados, portanto, indicam que o visto não é preocupação prioritária. A decisão por um destino tem relação também com o preço, distância, oferta de hospedagem, segurança e promoção do destino.
Informações do banco de dados europeus Travellyze, que reúne desde 2020 uma ampla quantidade de informações sobre comportamentos de compra de turistas de dez dos principais mercados europeus, também indicam que preocupações com vistos estão longe de ser uma prioridade.
Para os turistas europeus, por exemplo, as questões de custo de viagem e de visto estão na 11ª posição entre os fatores que influenciam na escolha do destino a ser visitado em qualquer região do mundo. Ou seja, não estão sequer entre os dez principais fatores para a escolha. Para os espanhóis, por exemplo, é o 13º. Para os italianos, o 14º fator mais importante.
Os dados se referem aos turistas da Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia, Alemanha, França, Itália, Espanha, Holanda e Reino Unido.
Entre os dez fatores mais importantes citados nesses oito mercados europeus, estão questões de saúde, limpeza, segurança, tempo de viagem até o destino, disponibilidade de voos diretos e estabilidade política.
12 comentários
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Fernando e G P Ferreira
Perfeito. Se pedem visto aos brasileiros para entrar lá, é ÓBVIO que devemos pedir visto aos americanos para entrar aqui.
Paulo Mello
Correto, questão de reciprocidade. É assim com o mundo todo, não seria diferente com o país do Trumpateta.
Fernando Fonseca
Medidas de Lula visam apenas ferrar ainda mais os brasileiros, mas esse sempre foi o objetivo dele, do PT e de toda a esquerda....