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Gilmar: Militares toleraram o intolerável com manifestações em quartéis

Do UOL, em São Paulo

23/06/2023 12h21Atualizada em 23/06/2023 13h54

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou hoje em participação no UOL Entrevista que as Forças Armadas têm alguma responsabilidade sobre os atos golpistas que aconteceram em Brasília no início deste ano.

O que ele disse?

"Essa tomada de lugares nos quartéis nunca deveria ter sido admitido. As Forças Armadas não apoiaram, é notório que não apoiaram, mas ao mesmo tempo, toleraram algo que é intolerável", disse. "Quando se vai conectando os fios, os fatos, se percebe que havia algo, e a situação foi de complacente omissão".

"Não se faz manifestação em frente de quartel", declarou. "Aquilo foi totalmente tolerado, eles usavam energia do quartel, água do quartel".

"Tudo isso leva a uma preocupação de que havia algo articulado", afirmou, embora não tenha respondido se considera os atos do início deste ano como uma tentativa de golpe.

"Eu tenho a impressão que nós vivemos uma situação muito anômala. Como se queria isso talvez a partir de uma GLO, de um quadro de descontrole, é possível que isso tenha sido cultivado", afirmou, sobre a possibilidade de golpe após as eleições do ano passado.

'Todos os ministros do STF vem de contextos políticos'

Ministro também avaliou que não há problema que Cristiano Zanin, aprovado para uma vaga na Corte, tenha sido advogado do presidente Lula (PT). "Nenhum de nós [ministros] veio de Marte, todos nós estávamos, de alguma forma, em um contexto político".

Ele considera que participar do sistema político é importante. "Se a gente se alienar, é um grande problema, se a política não nos reconhecer, achar que somos ETs, isso é um problema", disse. "A legitimidade da Corte tem a ver com esse reconhecimento".

Assista à íntegra do programa: