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Bolsonaro diz que 'não é justo' acusá-lo de ataque à democracia

Do UOL, em São Paulo

26/06/2023 13h21

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou não ser justo dizer que ele atacou à democracia na reunião com embaixadores em 2022 quando ele questionou, sem provas, o sistema eleitoral brasileiro. O caso está sendo julgado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e pode deixá-lo inelegível por oito anos.

O que aconteceu

Bolsonaro disse esperar um julgamento justo. O TSE retoma a sessão para análise do caso amanhã. O ex-presidente se reuniu por cerca de uma hora com a banca do PL, na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).

Ele também afirmou que espera que o julgamento siga a jurisprudência de 2017 e não aceite novas provas. O PDT, autor da ação contra o ex-presidente no TSE, incluiu no processo a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

O ex-presidente se recusou a comentar uma crítica de Abraham Weintraub, seu ex-ministro, por causa das doações feitas por seus apoiadores. O ex-ministro da Educação chamou Bolsonaro de "cafetão" depois da campanha lançada por aliados dele para pedidos de doações via PIX para cobrir multas determinadas pela Justiça.

O julgamento será retomado amanhã. O MPE já argumentou que a reunião com embaixadores foi uma "manobra eleitoreira" e defendeu a inelegibilidade.

O que disse Bolsonaro?

É justo cassar os direitos políticos de alguém que se reuniu com embaixadores? Não é justo falar em ataque à democracia. Buscas aperfeiçoamento, camadas de proteção, isso é bom para a democracia." Jair Bolsonaro

Não podemos aceitar passivamente que possíveis críticas ou sugestões ao sistema eleitora seja tudo como ataque à democracia." Jair Bolsonaro

Como foi a reunião

Bolsonaro e os deputados discutiram as eleições municipais de 2024, segundo apurou o UOL, mas não entraram em detalhes sobre quem serão os candidatos. Ele defendeu que o partido tenha bons nomes e arregimente uma grande bancada de vereadores.

O deputado Ricardo Salles (PL-SP), rifado pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, não compareceu ao encontro. Um parlamentar ouvido pela reportagem disse que a relação de Salles com o ex-presidente segue boa, mas que ainda não há "clima" para um encontro com Costa Neto.

Bolsonaro evitou falar sobre um eventual apoio ao prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), mas disse que tem conversado com o político.

O ex-presidente também se mostrou contrário a alguns pontos da reforma tributária. Ele citou especificamente o imposto seletivo, que sobretaxa produtos e serviços que prejudiquem o meio ambiente. Bolsonaro também levou aos parlamentares as preocupações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com a reforma.