Governadores e presidentes de partido entram em campo para votar tributária
Governadores e presidentes de partidos políticos fizeram uma força-tarefa hoje (5) para articular a votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), quer analisar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) até sexta (7).
O que aconteceu?
A proposta passou a ter mais adesão entre os deputados após a reunião com governadores feita ontem com o relator da PEC, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Ele sinalizou que alteraria o texto com as demandas do representantes estaduais.
Segundo interlocutores, o principal negociador do grupo foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Jair Bolsonaro e aliado do ex-presidente.
Com a inelegibilidade de Bolsonaro, Tarcísio é visto como um bom nome para substituir o ex-chefe do Executivo nas eleições de 2026 entre os candidatos da direita.
Tarcísio sugeriu mudanças no Conselho Federativo, ponto crucial de resistência entre governadores e prefeitos e órgão que será responsável em centralizar a arrecadação do IBS (Imposto de Bens e Serviços).
O governador se reuniu nesta tarde com a bancada do Republicanos, na presença do presidente da sigla, o deputado Marcos Pereira (SP), e do líder da bancada, Hugo Motta (PB). Antes, ele conversou com o presidente do MDB, o deputado Baleia Rossi (SP), autor do texto da reforma.
Ao UOL, Tarcísio afirmou que o texto deverá ser votado até o fim da semana e que o relator deverá atender aos pedidos dele, como mudanças nos critérios da divisão de recursos de arrecadação e em uma espécie de regulamentação prévia do conselho.
Após o encontro com Baleia, Tarcísio e Pereira se reuniram com outros parlamentares da sigla. A ideia é que haja uma definição sobre o posicionamento da bancada. A expectativa é que os deputados do MDB sejam liberados para votarem como quiserem.
Aval de Bolsonaro
Além de Tarcísio, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, também se reuniu com a bancada do PL. Na ocasião, estava ainda o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, e outros liberais.
O partido de Bolsonaro fechou questão contrária à PEC no início da semana. Mas tanto Lira quanto Tarcísio trabalham para reverter essa posição. A intenção é que o líder do PL, Altineu Cortes, mude a orientação e libere a bancada.
Para isso, Tarcísio se reunirá amanhã (6) com Bolsonaro e Valdemar para tentar construir um acordo e convencer os bolsonaristas de uma mudança no posicionamento.
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, também se reuniu com os parlamentares da legenda, que integra a Esplanada dos Ministérios do governo Lula. Para lideranças do partido, a presença de Kassab em Brasília serve para sinalizar à bancada que a Executiva é favorável ao tema.
A expectativa é que a legenda autoriza os deputados a votarem como quiserem, mas só haverá decisão amanhã, uma vez que o líder, o deputado Antônio Brito (BA), ainda consultará os deputados para ter um "parâmetro" de adesão.
Até a noite de ontem, ainda não estava definido nem sequer se a PEC seria votada nesta semana, como queria Lira. O presidente da Câmara chegou a cancelar a agenda de comissões para que o foco fosse somente na análise de propostas econômicas, como a tributária, o novo arcabouço fiscal e o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).
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