Couto: Cid tem história parecida com a de Queiroz e pode implicar Bolsonaro
O cientista político Cláudio Couto comentou durante sua participação no UOL News desta quinta-feira (27) a notícia de que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou movimentações financeiras "atípicas" e "incompatíveis com o patrimônio" nas contas do tenente-coronel Mauro Cid.
É muito parecida essa história com a que vimos envolvendo o Fabrício Queiroz, que era um faz tudo da família Bolsonaro. Assim como Cid, se responsabilizava por pagar uma série de contas na boca do caixa em dinheiro vivo. E sempre movimentações bem estranhas.
O cientista político ainda citou outras movimentações que foram apontadas como atípicas pelo Coaf envolvendo o senador Flávio Bolsonaro.
Parece haver um certo padrão de comportamento da família com esses auxiliares que se encarregam de resolver todos os problemas particulares. Para além dos problemas que o Cid tem que resolver, no que se refere ao Bolsonaro, acho que a gente vê um filme repetido.
Vídeo postado por Bolsonaro mostra que assunto Marielle é incômodo, diz Couto
Cláudio Couto também comentou a respeito de um vídeo postado nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro, no qual tenta relacionar o PT à facada recebida pelo ex-presidente durante a campanha de 2018.
O cientista político relembrou outros episódios e disse que sempre que aparece algo que pode incomodar o ex-presidente, ele e seus seguidores recorrem ao episódio da facada.
[A facada] volta à tona não só hoje, quando surgem episódios novos relativos ao Mauro Cid, mas diria que isso começa nessa semana quando aparecem novidades com relação ao caso Marielle Franco. A gente sabe as ligações que tem o presidente e seus familiares com as milícias no Rio de Janeiro, empregando parentes de milicianos, prestando homenagens e entregando medalhas aos próprios milicianos. O Adriano da Nóbrega, que foi assassinado na Bahia, é um desses beneficiários.
"Estamos falando de gente envolvida no extermínio da Marielle que mora no próprio condomínio do presidente Bolsonaro. Então, é um assunto incomodo. Tanto que sempre que se levantava a questão da Marielle, havia uma reação por parte da família Bolsonaro e dos bolsonaristas", completou.
Couto: Governo tenta diálogo com adversário e postura de Jean Wyllys pode atrapalhar
O cientista político também comentou a respeito de o governo Lula ter colocado o cargo de Jean Wyllys na comunicação da Presidência em banho-maria. Segundo ele, a postura bélica do ex-deputado federal vai contra a postura de diálogo que o governo tem tentado tomar.
Tudo que não pode haver na área de comunicação presidencial é ruído dessa natureza, ainda mais se a gente considerar que o atual governo, uma coisa que tenta fazer, é corrigir um problema muito frequente no governo anterior que era o conflito com outras instâncias institucionais, comprar briga com governadores, prefeitos, representantes institucionais do Congresso.
Couto afirmou que, neste momento, o governo tenta manter uma relação de diálogo com adversários, mantendo uma posição mais institucional.
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Quero receberSe você leva para o coração da área de comunicação do governo alguém que se dirige a um governador da maneira que o Jean Wyllys se dirigiu, questionando a forma como ele lida com sua orientação sexual, a maneira como ele vincula isso a posições político-ideológicas que possa ter, e faz isso de forma ofensiva, claro que isso não contribui para a estratégia que o governo vem adotando de normalizar as relações.
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