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Moraes ameaçou prender ex-diretor da PRF no dia do 2º turno das eleições

Ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, foi ameaçado de prisão por Moraes em outubro Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

09/08/2023 09h18Atualizada em 09/08/2023 09h32

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, ameaçou prender o então diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, em outubro do ano passado, no dia do segundo turno das eleições. Vasques foi preso hoje por determinação de Moraes, em operação para investigar o suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral.

O que aconteceu:

Vasques foi se encontrar pessoalmente com Moraes na sede do TSE no dia 30 de outubro. A reunião ocorreu em meio à tensão gerada pelas blitze da PRF — elas foram realizadas principalmente no Nordeste, região onde Lula (PT) havia vencido com larga margem Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno, mesmo após a proibição de qualquer operação que afetasse o transporte público dos eleitores.

O então chefe da PRF foi acompanhado por quatro assessores fardados, "com arma em vista", "cara de preocupado". O encontro foi revelado pelo podcast "Alexandre", da revista Piauí.

Ao encontrar Moraes, Vasques teria confessado o temor da prisão. Segundo o podcast, o ministro respondeu: "Ou você para os bloqueios ou você vai para a cadeia".

Moraes deu 20 minutos para que o chefe da corporação liberasse as vias. Caso contrário, ordenaria sua prisão em flagrante por desobediência e crime eleitoral.

A prisão de hoje

A PF deflagrou operação para "esclarecer o suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral" no segundo turno. A ação foi batizada de "Constituição Cidadã".

Vasques foi preso em Florianópolis. Além do mandado de prisão, a PF também cumpre dez de busca e apreensão — ex-diretores também são alvos da ação.

Segundo a PF, integrantes da PRF supostamente direcionaram recursos para dificultar o trânsito de eleitores em 30 de outubro. Na véspera das eleições, Vasques pediu votos para Bolsonaro nas redes sociais.

Vasques escalou mais agentes de folga para trabalhar nas blitze no segundo turno em estados onde Lula havia ganhado de Bolsonaro no primeiro turno. O UOL divulgou dados de um documento interno da PRF que apontam isso e o custo total da operação foi de mais de R$ 1,3 milhão.

A PRF informou em nota que acompanha a operação e colabora com as investigações. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos alvos.

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