Diretor-geral da PRF pediu voto em Bolsonaro um dia antes do segundo turno
Silvinei Vasques, diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), publicou uma foto da bandeira do Brasil com os dizeres "Vote 22 - Bolsonaro Presidente", declarando seu voto na disputa eleitoral à Presidência da República deste domingo.
No começo da tarde de hoje, a foto não aparecia mais nos stories do Instagram de Vasques. Segundo o jornal O Globo, que obteve uma captura da declaração de voto, a foto tinha sido compartilhada no sábado à noite.
Hoje, a PRF foi cobrada com urgência pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a respeito de supostas operações em estradas de cidades do Nordeste que estariam atrasando o voto de eleitores da região.
Com as denúncias a respeito dos bloqueios no Nordeste circulando nas redes sociais, a coligação Brasil da Esperança, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou uma manifestação ao tribunal afirmando que teve conhecimento de operações conduzidas pela PRF - "principalmente na região Nordeste" - para supostamente impedir a circulação de veículos com eleitores do petista.
No dia anterior, o presidente da corte, Alexandre de Moraes, já havia determinado que a PRF e a PF (Polícia Federal) não fizessem operações que pudessem impactar no transporte gratuito dos eleitores neste segundo turno.
A decisão foi tomada simultaneamente com outro desdobramento a respeito da atuação da PRF. Já havia suspeitas, alertadas pelo PSB ao STF (Superior Tribunal Federal), de que as corporações realizariam grandes operações neste domingo. O próprio ministro da Justiça, Anderson Torres, havia publicado no Twitter que o objetivo era combater "boca de urna, compra de voto e o transporte irregular de eleitores".
Com base no pedido do partido, o ministro Gilmar Mendes intimou o ministro da Justiça a explicar, ainda ontem, o teor das operações. O PSB argumentou que haveria "aparelhamento" das corporações em favor de Bolsonaro.
Além disso, o MPE (Ministério Público Eleitoral) confirmou nesta semana que tem um procedimento aberto para apurar denúncias de uso eleitoral da PRF a favor da reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A medida ocorreu após a corporação instaurar processo contra um servidor que declarou voto em Lula por meio de suas redes sociais.
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