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Hacker: defesa de Zambelli fará denúncia por falsa comunicação de crime

A defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) apresentará uma denúncia contra o hacker Walter Delgatti Neto por "falsa comunicação de crime" e "calúnia".

O que aconteceu:

Segundo o advogado da parlamentar, a denúncia será feita após Delgatti ter citado participação de Zambelli "em um crime que ela não tem envolvimento". A declaração foi feita hoje pelo advogado Daniel Bialski em entrevista à GloboNews. Ele também defende a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Bialski afirmou que o hacker "enxerta na história dele fantasias maravilhosas que fazem muito bem aos ouvidos daquele que não gostam daquelas pessoas", em referência àqueles que ele envolveu em seu depoimento, como Bolsonaro e Zambelli.

O advogado da deputada disse ainda que não houve "pagamento para fraudar urna, para tentar criar um mandado de prisão em nome do ministro Alexandre de Moraes". Segundo Delgatti, o pedido contra as urnas partiu de Bolsonaro e, o outro, contra o ministro do STF, veio de Zambelli.

O defensor diz que Zambelli deveria ter sido mais cautelosa ao lidar com o hacker. Bialski apontou as investigações e condenações contra Delgatti como elementos para descredibilizar a versão apresentada sobre o envolvimento da deputada na contestação das urnas eletrônicas e do resultado da eleição.

Como eu disse, ele cria fatos. Isso é dito pela Polícia Federal, isso é dito pelos juízes --ele está respondendo processos--, pelo Ministério Público Federal. Não somente porque ele é um hacker, mas porque ele [...] inventa fatos, caluniar, difamar, acusar pessoas de crimes que ele sabe que elas não cometeram. Inclusive, [...] eu estou finalizando um documento nesse sentido, para pedir que ele seja também investigado e, futuramente, processado por falsa comunicação de crime, porque ele está envolvendo ela em um crime que ela não tem envolvimento, e também por calúnia.
Daniel Bialski

Zambelli, Bolsonaro e o hacker

Em depoimento à CPI do 8 de Janeiro, Delgatti afirmou ter sido procurado por Zambelli para se reunir com Jair Bolsonaro, que teria lhe prometido um indulto para o hacker tentar fraudar as urnas eletrônicas e, com isso, colocar em dúvida a lisura das eleições.

O hacker afirmou que Bolsonaro teria deixado a seu critério decidir quais ilegalidades seriam cometidas para provar que a urna não seria segura ou demonstrar sua fragilidade. Ele teria se reunido com o então presidente no Palácio do Alvorada e conversado com ele por telefone em outra ocasião.

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Nesta outra conversa, também mediada por Zambelli, Bolsonaro teria mencionado um grampo no ministro do STF Alexandre de Moraes. O então presidente teria pedido que o hacker assumisse a autoria do crime. "Nesse grampo teriam conversas comprometedoras do ministro", alegou Delgatti.

No fim de semana, um extrato bancário mostrou que pessoas próximas à Carla Zambelli fizeram transferências para a conta de Delgatti. O documento foi uma das provas usadas pela Polícia Federal para embasar o pedido de busca e apreensão contra a parlamentar, e foi obtido pelo portal Metrópoles.

No dia do depoimento à CPI, a defesa da deputada afirmou que Delgatti negou as acusações feitas pelo hacker. "Ele modifica os fatos, o que é só mais um sintoma de que a sua palavra é totalmente despida de idoneidade e credibilidade", afirmou o advogado Daniel Bialski em comunicado.

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