Esse conteúdo é antigo

Lula nega viés ideológico no acesso de países ao Brics: 'Não foi aleatório'

O presidente Lula negou viés ideológico na inclusão de seis novos países no Brics e disse que o critério "não foi aleatório".

O que aconteceu

Lula disse que "não quis saber de pensamento ideológico dos governos". "A inclusão dos novos membros foi um avanço extraordinário. Não foi de forma aleatória que entrou fulano ou beltrano, mas países que já estavam na fila há anos", afirmou o presidente.

"O que está em jogo aqui não é a pessoa do governo", acrescentou o petista. As declarações de Lula foram uma resposta às críticas de que a inclusão levou em consideração os países que eram mais alinhados ao posicionamento político do presidente, principalmente a Argentina.

Além do país sul-americano, também entram no Brics a partir de 2024 Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia.

Não podemos negar a importância geopolítica desses países. Ninguém pode negar a importância mundial da China. São países que não podem estar fora de qualquer agrupamento político que se queira fazer, seja para discutir, economia, ciência e tecnologia, cultura. Eu sinto que as pessoas veem nos Brics a chance de participar uma vez na vida. Lula em entrevista a jornalistas durante viagem à África do Sul

Angola não estava em lista para entrar, disse Lula

O presidente disse que tinha discutido a entrada da Angola no Brics, mas que o país não estava na relação de novos membros, após ser questionado sobre a ausência de países lusófonos no bloco.

A Angola é engraçado porque ainda ontem eu tinha discutido a indicação. Acontece que não estava na nossa lista a Angola pedindo para entrar nos Brics. Então, os critérios foram os pedidos mais antigos. Mas podem ficar certos que, se depender do Brasil, na próxima vez a gente vai colocar a Angola. Tem que entrar Angola, Moçambique... muitos países importantes têm que entrar.

Brics quer moeda comum para negociar sem comprar dólar

Lula ainda confirmou que a cúpula do Brics resolveu criar uma moeda para facilitar as trocas comerciais entre os países membros do bloco.

Continua após a publicidade

Ao dizer que não tem pressa, ele destacou que as nações integrantes do bloco se comprometeram a estudar sobre a possibilidade e retomar a discussão na próxima reunião do grupo.

"Ninguém quer mudar a unidade monetária do país. O que nós queremos é criar uma moeda que permita que a gente faça negócio sem precisar comprar dólar", disse o presidente brasileiro.

"Nós resolvemos criar uma moeda, porque isso facilita a vida das pessoas, mas nós não queremos pressa porque não é uma coisa simples de fazer", acrescentou.

De acordo com ele, a área econômica de cada país membro fará estudos para que propostas sejam apresentadas na próxima reunião da cúpula, no ano que vem. "Acho muito importante a gente se preocupar em criar uma certa paridade em trocas comerciais."

* Com informações do Estadão Conteúdo

Deixe seu comentário

Só para assinantes