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Para Cid, todo presente era propriedade de Bolsonaro, diz ex-funcionário

Mauro Cid comparece fardado à CPI dos atos golpistas do DF e silencia em perguntas do presidente, Chico Vigilante (PT) Imagem: Câmara Distrital do DF

Do UOL, em São Paulo

05/09/2023 13h43Atualizada em 05/09/2023 13h58

O ex-ajudante de ordens Mauro Cid considerava que todos os presentes recebidos pela Presidência eram propriedade de Jair Bolsonaro (PL), segundo Marcelo Vieira, ex-chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Planalto, em entrevista à GloboNews.

O que aconteceu:

Vieira diz que passou "quatro anos" explicando para Cid o que é a classificação de item personalíssimo, de propriedade privada do presidente.

Segundo o ex-funcionário do Planalto, Cid sempre ligava para tirar dúvidas. "Não sei se ele não entendia ou se entrava por um ouvido e saía pelo outro", acrescentou.

O Cid já chegava dizendo que aquilo era personalíssimo. E eu falava assim: 'Pelo amor de Deus, isso não é personalíssimo. Passei quatro anos explicando isso para ele. E ele continuou.
Marcelo Vieira, ex-chefe de Gabinete de Documentação Histórica do Planalto

A PF investiga se Bolsonaro usou a estrutura do governo para desviar presentes de alto valor oferecidos a ele em viagens ao exterior. Marcelo Vieira é um dos investigados.

A investigação também apura se o dinheiro obtido pela venda de joias ia para contas de Bolsonaro ou da ex-primeira-dama Michelle. Em depoimento à PF na semana passada, Bolsonaro e Michelle optaram por ficar em silêncio.

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