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Lula diz que votos no STF têm que ser secretos: Sociedade não precisa saber

Em meio às críticas e pressões que vem sofrendo em relação às indicações ao STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente Lula (PT) defendeu hoje que a sociedade "não precisa saber como vota um ministro" — o que, segundo ele, supostamente evitaria "animosidade" contra os magistrados.

O que Lula disse

Lula disse que para evitar animosidade contra ministros, os votos deveriam ser sigilosos. A fala aconteceu durante a sua live semanal.

Nas últimas semanas, a indicação de seu ex-advogado Cristiano Zanin foi criticada por eleitores progressistas e pela base petista após posicionamentos mais conservadores, como as posições contrárias ao princípio da insignificância de um furto avaliado em menos de R$ 100 e à descriminalização do porte de drogas para uso pessoal.

Se eu pudesse dar um conselho, é o seguinte: a sociedade não precisa saber como vota um ministro da Suprema Corte. Acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber. Votou a maioria, 5 a 4, 3 a 2, [não] precisa ninguém saber se foi o [apresentador Marcos] Uchôa que votou, se foi o Camilo [Santana, ministro da Educação] que votou, porque aí cada um que perde fica com raiva, e cada um que ganha fica feliz.
Lula, na live "Conversa com o Presidente"

"Daqui a pouco, um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua", continuou o presidente. Em julho, o ministro Alexandre de Moraes e seu filho foram atacados por grupo de brasileiros no aeroporto de Roma.

Lula também é pressionado para escolher uma ministra negra para o lugar de Rosa Weber, que se aposenta em outubro. O AGU (advogado-geral da União), Jorge Messias, e o presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Bruno Dantas — dois homens brancos —, estão entre os favoritos.

A pressão tem feito o presidente reavaliar. Segundo a colunista do UOL Carolina Brígido, Lula teria sido convencido de que o custo político de substituir uma ministra por um ministro na Corte seria alto. Hoje, dos 11 integrantes, apenas duas são mulheres.

O Planalto não comenta a decisão, só costuma reforçar que a escolha é "prerrogativa do presidente" e que ela será tomada "na data adequada". Na lista feminina de cotadas para a vaga, estão a ministra do TST (Tribunal Superior do Trabalho) Katia Arruda, a ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Regina Helena Costa e as advogadas Carol Proner e Dora Cavalcanti.

Lula não confirma nem nega nenhuma possibilidade.

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Pra gente não criar animosidade, acho que era preciso começar a pensar se não é um jeito da gente mudar o que está acontecendo no Brasil. Porque, do jeito que vai, daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, não pode mais sair com sua família, porque tem um cara que não gostou da decisão dele. Então é seguinte: paz e amor. É tudo o que esse país precisa.
Lula, na live "Conversa com o Presidente"

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